O BRASIL LITERÁRIO

Nadir Silveira Dias

A força e a expressão do Brasil não se mostram apenas pelos desempenhos econômicos, pela saúde pública de vanguarda em casos tópicos como o de desenvolvimento de programas de atendimento aos portadores da síndrome da imunodeficiência adquirida, nem tampouco pelas mazelas existentes em meio a tudo isso que ocorre de bom e de retumbante.

Refiro-me aos concursos internacionais de literatura que premiam, ano a ano, mais e mais autores brasileiros de todos os matizes, consagrados ou não. Fala a força do texto, a força da palavra, em especial naqueles concursos que já avaliam os trabalhos no nosso próprio idioma, através de integrantes do júri que residem no Brasil e cotejam os trabalhos de brasileiros na seção especial para estrangeiros, que inclui, por exemplo, todos os demais participantes que não apresentem os seus trabalhos no idioma italiano.

Nessa sessão, portanto, os brasileiros concorrem com todos os demais participantes, dentre eles alemães, franceses, suíços, norte-americanos, croatas e australianos, como ocorreu neste ano de 2004.

Na sua oitava edição, o Concurso Marengo D’Oro, resultado oficial de 12.09.2004, por exemplo, o primeiro lugar coube para Porto Alegre, Rio Grande do Sul, para o participante Carlos Alberto dos Santos, e, empatados no terceiro lugar, estiveram Florianópolis, com a participante Leatrice Moelmann, e Brasília, com a participação de Alfonso Ligorio P. Carvalho.

Afora essa premiação absoluta, das quatorze (14) medalhas de prata distribuídas para o mundo, como finalistas do certame, sete (7) vieram para o Brasil, como bem se pode verificar pelo excerto abaixo:

“Finalisti con medaglia d'argento

JEAN-LOUIS BERNARD, Francia - HELTON REGINALDO CENCI, Maringá/Brasile - DRAZAN GUNJACA, Croazia - FERNANDO MAINA, Svizzera - REGINA CASILLO, Curitiba/Brasile - GIORGIO RIGHETTI, U. S. A. - MARIA ZELIA M. BRITO CHAVES, Brasilia/Brasile - NADIR SILVEIRA DIAS, Porto Alegre/Brasile - CONDORCET ARANHA, Joinville/Brasile - SUZANA MONTORO, Sao Paolo/Brasile - PINA MOLINA, Australia - JOSÉ AFRANIO MOREIRA DUARTE, Belo Horizonte/ Brasile - ANGELO RIZZI, Francia - ROBERTO TAMAGNINI, R. S. M.”

E isso também é capital intelectual que se constitui em favor da nação. É a expressão de um povo jorrando em terras alheias a força latente que emana da nossa terra e do sentir do nosso povo, modo tópico e sem qualquer possibilidade de influência externa do intelecto que possa ver à distância, através da poesia e através da prosa.

É, em outras palavras, o reconhecimento da expressão do Brasil literário atual e contemporâneo, sem contar, nesse ponto, por óbvio, com os autores brasileiros já consagrados e que já são detentores de certo domínio na mídia ou mesmo de certa fatia de mercado externo, até porque já traduzidos para alguns ou para inúmeros países.

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