HISTÓRIA DA LITERATURA OCIDENTAL (V)

O segundo capítulo da obra monumental de Otto Maria Carpeaux trata da literatura romana e logo de início diz que o livro fundamental da literatura daquela civilização é o CORPUS JURIS. Afirma que não é obra literária no conceito rigoroso da palavra.

“ A literatura romana, apesar de ter produzido grandes poetas e grandes prosadores, parece de segunda mão. A comédia romana já se nos mostrou como reflexo da comédia nova ateniense, e a tragédia de Sêneca será reflexo da tragédia de Eurípedes. Os poetas líricos romanos imitam Teógnis , Alceu e Safo; Vírgílio seria a sombra de Homero...”

Segundo Carpeaux, é uma literatura de imitação. “... Todas as literaturas modernas começaram com uma fase oriental medieval em língua latina, e os modelos latinos nunca eram critérios impostos pela evolução histórica-como os gregos- e constituem antes, por assim dizer, fases anteriores da nossa própria evolução...”

O escritor destaca que que os literatos romanos são humanistas na concepção contemporânea da palavra. Para o intelectual vienense, a literatura de Roma não éum templo estético;é uma lição de coragem , e que é uma literatura pretensamente de evasão.

Adianta Carpeaux: “ É significativo: no pórtico da literatura romana estão dois autores, nenhum dos quais era escritor profissional. Um arquiteto e um general: Vitrúvio e César. Do ponto de vista literário, não são grandes escritores...”