Deus e o Diabo na terra do Jaburu
O que devemos fazer?
É uma situação, no mínimo maquiavélica; mais ou menos igual a acender uma vela pra Deus e outra para o demônio. Lembro de um artigo do articulista esquecido Gilberto Dimenstein, “Deus e o Diabo na terra do acarajé”; e comparo a quadrilha petista à ACM na Bahia, com uma única diferença: ACM nunca deixou transluzir seus malfeitos.
Falar sobre o Impeachment da Dilma é relativamente fácil. Todo mundo dá uma de jurista e afirma, o que, via de regra, é dito por outro. Quem é favorável, repete uma retórica que lhe favoreça; e quem é contra, idem.
A acefalia incrustrada na cachola da pluralidade brasileira é latente desde que o Brasil é Brasil; não é nova ou foi criada com o PT. O PT, aliás, Lula, apenas aperfeiçoou e criou uma espécie de nação zumbi dependente da esmola que paga aos miseráveis, que na verdade, quem paga somos nós; e a fórmula é tão gostosa, que qualquer outro que entre no Planalto dificilmente fará diferente; e ainda digo mais: enquanto durar o mandato do chefe do TSE, nada de ruim ocorrerá à Dilma, senão umas multinhas idiotas que são impostas pela Corte e impugnadas pelo PT...
Num outro campo, o da corrupção, perdoem-me, mas eu não chamaria de “corrupção”. O que está sendo revelado pelas operações federais, estaduais e municipais; deveria ser tratado como putrefação; uma pilhagem daquilo que conseguimos após 500 anos sendo torturados, um punhado de gente com carteirinha do PT prodigalizou em 12 anos; e ninguém quer chegar aos chefes, sabem porquê? Por que têm medo!
Em raríssimas exceções não encontraremos um padre, sacristão, juiz, delegado ou promotor que não tenha um fio do rabo preso com alguém ligado a maior quadrilha do Brasil; e quem tem, rabo preso, tem medo do espírito do Moro!
Então, o que devemos fazer? Eu, você e a maioria, infelizmente, devemos assinar o cheque e torcer para Lulinha e Dilminha abrandarem seus corações evitando maiores roubalheiras. O meu temor hoje é do Temer, que defende a chefa e torce contra. O meu temor é daquela vela pra Deus e da outra para o demônio, justamente porque eu não sei quem estará no purgatório!
Gilberto Dimenstein, aquele que guerreou com ACM, também disse no seu texto célebre: “o jornalista não deve ficar nem tão próximo que não possa informar, nem tão distante que não possa ser informado”; essa é a exata e mais preclara lição na arte da política: você não deve ser inimigo eterno de ninguém, porque ninguém sabe do dia de amanhã; e por falar em política, a imunda, lembro também de outra figura que passou em minha história, mas que prefiro não revelar nome. Certo dia em Brasília, conversando com um dos baluartes da política brasileira, ouvi dele, que já foi Governador e Ministro de Estado: - Meu caro CH! A política é uma arte em que exige a quem está sendo enr... pedir desculpas por permanecer de costas...
O Brasil é uma terra em que traficante se vicia, prostituta goza, cafetão se apaixona; e político inocente NÃO EXISTE e dificilmente veremos!
Carlos Henrique Mascarenhas Pires