O NADA E A FELICIDADE

O NADA E A FELICIDADE

Não suportamos a ideia da finitude, do nada, da impossibilidade, inclusive, de sentirmos medo ou tristeza, de sofrermos, quanto mais de deixarmos de sentir prazer, alegria, amor, enfim, de alcançarmos a felicidade.

Deixar de ver aquele belíssimo pôr do sol, tão especial... os encontros impagáveis com verdadeiros amigos num bar de mesas com toalhas quadriculadas e algumas ¨geladas¨ para uma boa conversa fiada. Os momentos em família com os carinhos da amada(o), dos pais, filhos, irmãos... uma boa leitura, uma musica agradável e marcante, enfim, é nessa perspectiva que, ao pensarmos a morte, logo reagimos com mecanismos de defesa, principalmente a NEGAÇÃO.

Entretanto, essa angustia de refletirmos sobre ela, por mais dolorosa que seja, é necessária para que possamos valorizar cada vez mais esses momentos da nossa curta existência e vivermos de forma intensa a vida, que é tão bela e gostosa de ser vivida, com todos os percalços e imprevistos que possam acontecer no nosso caminhar existencial.

O futuro? Antecipação para o agora. O passado? Projeção de eventos já vividos para o momento, como num filme onde os principais atores somos nós mesmos. O presente? Ignore pois pressupõe passado e futuro que, de certa forma, por esse viés reflexivo, não existem.

Então só nos resta viver o momento... e cada momento de vida consciente faz da nossa existência uma celebração do espírito. Acho que aí repousa a felicidade... no momento existencial vivido na consciência do real, até porque, após a morte, o NADA.

No NADA, que não é a mesma coisa de vazio, não tem alegria, não há paz, prazer ou felicidade, mas também inexiste dor, sofrimento ou medo. Não há consciência.

O NADA É E NÃO É O NADA.

Marco Antônio Abreu Florentino