VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS

AS VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS NA REALIDADE DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL

Fernanda Eloisa Picanço 1

José Levi Almeida 2

Maria Imaculada Custódio Colaço 3

Rayanne Nascimento dos Anjos 4

Dra.Rosângela Lemos da Silva 5

RESUMO: O objeto científico pauta-se no estudo da linguagem no âmbito da gramática. Haja vista, que a linguística, no entanto, distingue-se da gramática tradicional normativa, por que trata de estudar todo o processo linguístico, independente de estar na norma culta-padrão ou não padrão, o importante para ela é o ato da comunicação e entendimento da língua, numa integração entre os sujeitos. Haja vista, que para a gramática normativa o importante é o ato de prescrever normas ou ditar regras de correção para o uso da linguagem. Para a linguística, tudo o que faz parte da língua interessa; é matéria de reflexão. Mas não é qualquer espécie de linguagem que é o objeto de estudo da linguística; só a linguagem verbal, oral ou escrita.

Palavras-chaves: Diacrônica. Diatópica. Variações Linguísticas.

ABSTRACT: The scientific object is guided in the study of language within the grammar. The language, however, differs from the traditional normative grammar, because it deals with studying all the linguistic process, regardless of being cultured in standard standard or non-standard, the important thing for her is the act of communication and understanding of the language, a integration between subjects. Considering that for the normative grammar the important thing is the act of prescribing standards or dictate correction rules for the use of language. For language, all that is part of the language is interesting; is food for thought. But not just any kind of language that is the language object of study; only verbal language, oral or written.

Keywords: Dichronic. Diatopical. Linguistic variations.

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1 Acadêmica do Curso de Bacharelado em Administração pela Faculdade de Macapá.

2 Acadêmico do Curso de Bacharelado em Administração pela Faculdade de Macapá.

3 Acadêmica do Curso de Bacharelado em Administração pela Faculdade de Macapá.

4 Acadêmica do Curso de Bacharelado em Administração pela Faculdade de Macapá.

5 Pós-doutoranda em Direto pela Universidad Del Museo Social Argentino-UNSA. Dra. Msc. Em Ciências da Educação pela Universidad Autónoma de Asunción-UAA. Esp. em Docência da Educação do Ensino Superior pela Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA. Graduada em Ciências da Religião pelo Centro Teológico do Maranhão-CETEMA. Graduada em Letras pela Universidade Federal do Amapá-UNIFAP. Graduada em Direito pela Universidade Estácio de Sá Amapá-UNIFAP.

1 INTRODUÇÃO

Uma língua nunca é falada da mesma forma, sendo que ela estará sempre sujeita a variações, como: diferença de épocas (o português falado hoje é diferente do português de 50 anos atrás), regionalidade (diferentes lugares, diferentes falas), grupo social (uso de “etiqueta”, assim como gírias por determinadas “tribos”) e ainda as diferentes situações (fala formal e informal). Além das variações já citadas, há ainda outras variações, como, modo de falar de diferentes profissionais (linguagem técnica da área), as gírias das diferentes faixas etárias, a língua escrita e oral.

Diante de tantas variantes linguísticas é comum perguntar-se qual a forma mais correta? Porém, não existe forma mais correta, existe sim, a forma mais adequada de se expressar de acordo com a situação. Dessa forma, a pessoa que fala bem é aquela que consegue estabelecer a forma mais adequada de se expressar de acordo com a situação, conseguindo o máximo de eficiência da língua. Usar o português rígido e sério (linguagem formal escrita) em uma comunicação informal, descontraída é falar de forma inadequada. Soa como pretensioso, artificial. Da mesma forma, é inadequado utilizar gírias, termos chulos e desrespeitosos em uma situação formal.

Ao se falar de variantes é preciso não perder de vista que a língua é um código de comunicação e também um fato com repercussões sociais. Existem muitas formas de comunicar que não perturbam a comunicação, mas afetam a imagem social do comunicador. Uma frase como “O povo exageram” tem o mesmo sentido que “O povo exagera”. Como sabemos o coletivo como conteúdo é sempre plural. Porém, hoje a concordância é com a forma. Nesse particular, há uma aproximação máxima entre língua e etiqueta social. Atualmente falar “O povo exageram” deprecia a imagem do falante.

Diante desse expositivo sentiu-se a necessidade de se trabalhar a temática: As variações linguísticas na realidade da comunicação empresarial, como forma de verificar por que a língua portuguesa é muito cheia de variações linguísticas, de acordo com regiões e classe sociais diferenciadas e mesmo assim, a gramática normativa impõe que se fale a língua padrão? Acreditam-se que a linguagem é pouco utilizada no nível culto, o que mais se aproxima dele são discursos de cerimônia ou de situações formais.

A pesquisa científica tem como objetivos: Informar sobre as variações linguísticas de forma padrão idealizada e disseminada nos diversos segmentos sociais atrelados a ideologia dominante, e da percepção de insegurança de alguns falantes no uso desta.

Diante de tantas adversidades a língua portuguesa deve ser trabalhada como um conjunto de variantes, isto é, não é um todo uniforme. Analisar a diferença entre a gramática normativa e as variações linguísticas entre períodos de tempo e espaço geográficos diversos. A linguagem trabalhada nessa obra tem caráter qualitativo, dedutivo e bibliográfico. Tendo como partes intituladas: Abordagem Histórica e conceitos de variações, como forma de contribuir com acadêmicos, professores e pesquisadores, no processo epistemológico da língua, haja vista, que todo administrador necessita de diversos conhecimentos, em especial, aqueles voltados para a dialética, que é uma ferramenta especifica na inter-relação entre os falantes da comunicação empresarial, na sociedade, especificamente na amapaense.

2 ABORDAGEM HISTÓRICA DAS VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS

A sedução que a linguagem exerce sobre o homem existe desde sempre. A gente pode observar esse fascínio de inúmeras maneiras: por meio da literatura, da poesia, da religião, da filosofia etc. Não faltam lendas, mitos, cantos, rituais, histórias e até polêmicas muito antigas que revelam a curiosidade do homem pela linguagem. Na Grécia antiga, os pensadores estendiam-se em longas discussões para saber se as palavras imitam as coisas ou se os nomes são dados por pura convenção. Ou então mantinham calorosos debates sobre a própria organização da linguagem: ela se organiza, perguntavam eles, de acordo com a ordem existente no mundo, seguindo princípios que têm como referência as semelhanças ou as diferenças?

De acordo com Martins (2007), o que ocorre é que a função da escola no processo de aquisição da linguagem não é ensinar o vernáculo, pois este os alunos já trazem consigo ao iniciar sua escolarização. A função da escola é desenvolver outras atividades que se sobreporão a esse vernáculo básico, ou seja, estilos mais formais da língua.

Para o autor em destaque o professor precisa apresentar o dialeto padrão, de uma forma clara, sem que esta venha romper com a norma culta da linguagem.

[...] me parece que cabe ao professor de língua portuguesa ter presente que as atividades de ensino deveriam oportunizar aos seus alunos o domínio de outra forma de falar, o dialeto padrão, sem que isto signifique depreciação da forma de falar predominantemente em sua família, em seu grupo social etc. Isto porque é preciso romper o bloqueio de acesso ao poder e a linguagem é um de seus caminhos. Se ela serve para bloquear- e disso ninguém dúvida- também serve para romper o bloqueio. (GERALDI, 1987, p.46).

Conforme o posicionamento do autor, acredita-se que a língua portuguesa como um idioma brasileiro, ela proporciona ao sujeito falante a oportunidade de se expressar exclusivamente de forma culta-padrão ou não padrão, ambas são consideradas também como processo linguístico de grande importância para o individuo no momento da inter-relação entre sujeitos das mesmas espécies.

2.1 CONCEITOS

Os sinais que o homem produz quando fala ou escreve são chamados signos. Ao produzir signos estão produzindo a própria vida. Com eles, o homem se comunica, representa seus pensamentos, exerce seu poder, elabora sua cultura e sua identidade etc. Os signos são fundamentais, pois dão ao homem sua dimensão simbólica: essa que o liga aos outros homens e à natureza, isto é, a sua realidade social e natural. Há, além dos signos da linguagem verbal, muitas outras espécies de signos que povoam de linguagens a vida do homem: a pintura, a mímica, o código de trânsito, a moda, as linguagens artificiais etc. Os signos quase sempre, tanto os das linguagens não-verbais quanto os da linguagem verbal, são objetos de uma ciência geral dos signos: a Semiologia. Os signos da linguagem verbal têm uma importância tão grande para a humanidade que mereceram uma ciência só para si: a linguística.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo científico mostra a realidade onde o aluno está inserido num ambiente escolar, em que a variação linguística seja respeitada e o ensino possa ser pautado na reflexão, para que o aluno seja capaz de perceber que as formas da língua apresentam variação e que determinadas expressões ou modos de dizer podem ser apropriados para certas circunstâncias, mas não para outras.

As variações linguísticas são encontradas espontaneamente no bojo da cultura de determinados povos, em especial na brasileira, que mostra a realidade da língua, de acordo com a região em que se encontra o individuo. Pois para a linguística o importante é o ato de comunicar, enquanto, para a gramática normativa, o importante não é somente o ato de comunicar, mas contanto, que nessa comunicação não seja esquecido as normas gramaticais. Por isso acredita-se que na comunicação entre os seres falantes as variações devem ser respeitadas e não discriminadas socialmente, para que haja uma inter-relação entre as pessoas, tanto no âmbito científico como epistemológico cultural.

REFERÊNCIAS

MARTINS, Iara F. de Melo. Letramento em sala de aula e variação linguística. In: SILVA, Camilo Rosa (Org.). Ensino de Português: demandas teóricas e práticas. João Pessoa: Ideia, 2007.

GERALDI, João Wanderley. Portos de Passagem. São Paulo: Martins Fontes, 2003.