O CUSTO DOS POLÍTICOS
Em tempos de ajuste fiscal que por enquanto só penalizou o trabalhador brasileiro, fiz algumas pesquisas para saber quanto o país gasta com nossos políticos.
Não aconselho ninguém a fazer isso. Por um motivo muito simples. Quanto mais nos aprofundamos nas pesquisas, mais indignados ficamos quando os valores vão aparecendo diante dos olhos.
Geralmente quem pesquisa é porque está com deputados e senadores entalhados na garganta. A revolta com o desperdício de dinheiro é tanta, que acabamos deixando um dos poderes de fora. O Poder Judiciário. Que também não funciona como deveria.
Quando o ajuste fiscal é o assunto da pauta, seria um bom momento para discutir também o custo-benefício dos três poderes da nação. Democracia não pode ser confundida com um ralo, por onde escorrem muitos milhões de reais que poderiam ser economizados mensalmente. Ou aplicados em outras tantas necessidades do país.
O governo do PT, o seu ministro banqueiro e os partidos aliados, deixam muito claro que ajuste fiscal bom é aquele que esvazia sempre os bolsos dos outros. O importante é continuar com as regalias. E sempre que possível obter algumas a mais.
Sobre os gastos do Poder Judiciário, encontrei alguns dados referentes ao ano de 2014 publicados na revista “Veja”. Nesse ano foram gastos 34,4 bilhões de reais. A maior parte desse dinheiro foi destinada para o pagamento de salários.
Anualmente os brasileiros pagam dois milhões de reais a cada deputado federal. Se você quiser multiplicar esse valor por 513, é bom ter na mão uma calculadora com dígitos suficientes. Para protagonizar a farsa do ajuste fiscal e da reforma eleitoral, o custo anual desses ditos “nossos representantes” chega a 1,06 bilhão.
A indignação pode se transformar em ânsia de vômito quando pesquisamos os ex-presidentes. Você pediu a Collor, Sarney, FHC e Lula, para serem presidentes? Eu não! E continuamos pagando a esses quatro ex-presidentes três milhões de reais por ano. O equivalente a 768 mil por cabeça, baseado em dados de 2008.
As regalias com os ex-presidentes não acabam aí. Cada um tem oito assessores com salários entre dois e oito mil reais. Todos também têm direito a dois carros oficiais avaliados em 147 mil reais, com um custo médio mensal de 5.900,00 reais.
Este é outro dos males que a ainda jovem democracia brasileira criou. Um abismo imenso entre o topo e a base da pirâmide social. No topo as regalias se espalham num ritmo acelerado. A base só é lembrada em duas ocasiões. Nas eleições, e quando alguém precisa pagar a conta.