Brasil, ainda bem que é assim.
Alguém já disse que ser patriota não é sair por aí alardeando “nosso céu tem mais estrelas, nos bosques têm mais flores, nossa vida mais amores”, mas também apontando a suas mazelas. E ainda bem que assim podemos fazer, graças ao nosso bom regime democrático. Diferentemente de muitos países que punem os seus críticos até com a pena de morte, aqui até se extrapola em alguns casos, quando se quer “botar a boca no trombone”. Vemos até brigas desnecessárias, quando assuntos pessoais vão além do limite da civilidade, em que se estabelece que “o nosso direito termina onde começa o do vizinho”. E aí, então, vê-se até o desrespeito às instituições, porque quem as representam não fazem por merecê-las. Por isso, quem está de fora sente-se encorajado a “descer a lenha”, sem medo de represália. Eis aí a vantagem de podermos extravasar as nossas indignações, coisa que muitos por aí afora não podem fazê-lo, sob pena de uma possível degola. Nem precisa ir muito longe, a exemplo da Coréia do Norte. Vemos aqui por perto, nos nossos vizinhos da América do Sul. Enquanto aqui, às vezes nós nos apedrejamos, muitos lá foram gostariam de estar neste nosso Brasil.
Quem já passou pela experiência de um exílio sabe quanto é importante ser um “verdadeiro patriota”. Diria, então, como Gonçalves Dias: “não permita Deus que eu morra sem que volte para lá”. Como diria também a maior torcida de um time de futebol, “te amo ganhando, te amo perdendo...” seja qual for a situação do Brasil, nós o amamos e por ele brigamos. Ainda bem que é assim.