A cara do povo

A cara do povo

Como filósofo, a exemplo de Nietzsche, defendo com veemência que, um país às vezes precisa passar por transformações estressantes, até mesmo violentas para atingir um estado maior de liberdade, e, no Brasil, todas as formas arbitrárias de governo foram, não diria benéficas, porém “necessárias”, talvez inevitáveis. Foi assim com a ditadura Vargas, e com a opulenta confusão de governos “democráticos.”

Até mesmo o Collor de Mello teve para o processo democrático seu valor, sobretudo, para abertura do comércio exterior. Em cada caso, os cidadãos atentos e conscientes verão sua eficácia. Agora, imagine, em se tratando do Governo Lula, quem pode negar o fenômeno político que representa esse personagem ímpar; com sua singular caricatura de povo, e com um carisma incomparável? Façam suas apostas senhores cientistas políticos, o Lula não representa apenas um partido, e sim uma nação inteira, um povo humilde que carece de um líder de sua estirpe, que viu nele, não um salvador da Pátria, e sim um homem simples, todavia, capaz de chegar no topo da aspiração de um homem político, que é governar seu próprio país.

E quando foi que um país inteiro pode se ver de fato no poder? portanto, não há denúncia que consiga destronar uma nação, nem valerioduto nem mensalão, nem vavá nem avião, que derrubem o prestígio adquirido com suor e lágrima; não se trata de um partido político com a maioria dos seus membros, pelo menos os mais importantes envolvidos em crassa corrupção. Trata-se, não tenho dúvidas em afirmar, de um arquétipo de liberdade, de vitória, que jamais será apagado dos anás da nossa democracia, nem da nossa história. O povo não levará a julgamento seu próprio nome, sua reputação, haja o que houver. Se o próprio Lula não for pego com a mão na botija, ou na mala de dólares, coisa um tanto difícil de acontecer, ele será, não tenham dúvidas, outra vez o governo com a cara e a voz de um povo cansado de viver no anonimato.

Brasília 2006, Evan do Carmo.

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 13/06/2007
Código do texto: T524879