A MANIPULAÇÃO DO PODER
FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Ou lutamos e vencemos para consolidar as conquistas alcançadas ou a oligarquia as destroçarão no final. Oferecemos a paz, e eles rejeitaram. Agora vamos oferecer a luta. E eles sabem que quando nós nos decidimos lutar, lutamos até o final. Esta luta que iniciamos nunca vai terminar até que nos tenham aniquilado e massacrado.
Juán Domingo Perón
Desde muito cedo aprendi de que Marx ensina que “a religião é o ópio do povo”, assim como a política e a ideologia assumem e cumprem papel idêntico, o que não é diferente com outras paixões humanas e populares, como por exemplo, a cultura de gostar e de não gostar de futebol, de uma pessoa, de um político, de uma cor, de um sistema de governo, e por aí vão às paixões...
É evidente de que nos países, como por exemplo, o Brasil, que adota o capitalismo selvagem e por isso vive sempre implantando a cultura da desigualdade social em todos os sentidos da palavra, não importa se a ideologia de governo é socialista, capitalista, de esquerda, de direita e ou centro esquerda. Tudo é uma mera ilação para papafigo enganar menino e o povo continuar vivendo na base do salário mínino e achatamento de avanço social humanizado. Foi assim no Brasil Colônia de Portugal, no Brasil Império e está sendo no Brasil República, nada importa a modalidade de governar. Os descamisados de Collor do inicio da década de 90 do século XX, continuam engrossando as filas a procura de emprego.
Quero ressaltar de que o capitalismo ainda representa um sistema econômico mais importante que o ser humano criou na face da terra, porém, ele enquanto sistema econômico não aprendeu a lidar com seus problemas no planeta terra a fazer a distribuição da riqueza, claro, sem ter que conviver com a desigualdade que representa a miséria coletiva paralela dos menos letrados. Não é uma questão de ter ou não ter sorte. Isso é uma realidade, pois, os donos do poder: econômico, financeiro, acadêmico, administrativo e político, sabem muito bem gestar tais desigualdades sociais, isso é uma questão de sobrevivência de cada classe social que se faz por si só representar, mesmo sem ter representatividade, em tudo existe a figura do pelego existencial e emocional como visão de mundo. Para tudo tem um jeitinho a brasileiro, por exemplo, tem até louco que afirma que Deus é brasileiro. Faz o homem ficar cego, tudo para ocultar e ou esconder a injustiça brutal do capitalismo, de modo que os donos do poder, aqui mencionado em toda sua complexidade social, procura usar o truque, uma espécie de panacéia ou mágica social para manipular a qualquer preço o sentimento mais profundo emocionalmente em termo existencialismo humano, sempre a procura de complementar uma ansiedade positiva e ou negativa, segundo pensamento do momento da manipulação proposital de qualquer pelego de plantão na vida social, política e sindical, o que significa algo mais que pré-histórico e ou até mesmo animalesco a que a população humilde, enquanto massa é levada a pensar de que esse ou aquele governo vai conduzir e resolver seus problemas, uma vez entronizado, esse tipo de político esconde a face e cospe no prato que comeu. E assim o eleitor fica a vê navio, um exemplo disso, é o caso de um casal de nubentes, que logo após o casamento, sai para a lua de mel, e o no caminho, por exemplo, sofre um acidente automobilístico, e aí um dos nubentes falece, mesmo tendo mais de dez ou vinte anos de contribuição para a previdência social (INSS), por não ter no mínimo dois anos de casado, não deixa a pensão para o cônjuge sobrevivente. É a essa a realidade do Brasil, a partir da aprovação das reformas previdenciárias e trabalhistas, ora implementadas por um governo que se dizia popular e trabalhista. Isso é fato e contra fato não se tem argumento, isso significa continuar explorando parasitariamente a população pobre e carente de tudo em nosso país, é uma política de terra arrasada e que pode também representar aquilo que se chama de permissão para as bandas podres do poder acumular riqueza ilicitamente através da criminalidade organizada por meios de diversas facções nas grandes e pequenas cidades deste gigante território nacional. Mas, os defensores das mudanças oficiais em andamento, afirmam de que uma moça de vinte de anos de idade, se casa com um velho de 80 ou mais anos, com a vela na cabeceira, apenas para ter uma certidão de casamento e no dia seguinte fraudar o erário nacional com a pensão de viúva, sem ter dormido um só minuto com o falecido e que o casamento nunca foi consumado por falta de condições físicas, mentais e sexuais do “de cujus¹”. É o golpe do baú, tão conhecido na cultura brasileira da qual se conhece. Tese fraca para convencer mais de 200 (duzentos) milhões de contribuintes diretos e indiretos da previdência social nacional.
E os programas sociais, bolsa família, bolsa escola, minha casa, minha vida, etc., que deveriam ser programas de bem estar social estatal e não de governo, que servem de meios para manipular a popular em tempos de eleições. Isso significa dizer que o povo quando inflamado em suas paixões primitivas, se transforma em massa de manobra e cai naquilo que o próprio povo chama de conto do vigário, inocentemente falando. E isso aconteceu nas últimas eleições que o povo brasileiro participou nas últimas décadas próximas passadas e não vai ser diferente nas futuras décadas em termos eleitorais. Todos foram enganados que o país estava bem e que a inflação estava dominada. Somente nos últimos três meses: janeiro, fevereiro e março, a inflação brasileira já é projetada acima de 8% (oito por cento) para o ano de 2015, segundo o Banco Central do Brasil , que tem a missão de “assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente²”. E mesmo assim, a população continua explorada, espoliada, irada, marginalizada, indignada, desesperada, sem esperança de um futuro melhor, com os sonhos rasgados diante da traição nacional com a vitória da candidata oficial Dilma Rousseff, o que significava o trabalhador no poder. O sonho acabou para o povão em termos de melhoria do padrão de qualidade da vida que já se levava. O povo está ferido em seu brio e sua dignidade. As convicções ancestrais já não parece mais uma mágica capaz de lhe fazer esquecer seus limites em termos de degradações e ou privações materiais, sociais, vitais, acadêmicas, culturais, etc. E sabe por que isso aconteceu com essa gente sofrida nacional? Porque os demagogos, profissionais da política brasileira, sabem e sabem muito como fazer a população precarizada fique cada vez mais anestesiada mesmo diante da péssima condição humana vivencial e sem qualquer projeto de futuro para si e para seus descendentes.
E esse velho engodo se apresenta como um tiro de misericórdia porque a classe dominante sabe como manipular os valores religiosos, tradicionais, familiares, inclusive apresentando discurso de que as drogas são realmente demonizadas, pregam ainda ódios claros aos menores viventes das ruas, não deixando de lado inclusive a economia informal representada pelos camelôs, haja vista que não pagam impostos diretos aos três governos: federal, estadual e municipal. É uma gente que vive da informalidade e a margem da pobreza em grande escala. Qualquer discurso dizendo que vai resolver problema de quem nada tem, faz a população cai no conto do vigário e assim sendo, os donos do poder canalizam como entendem canalizar a distribuição de favores e ou da riqueza para o povo, não gerando assim revoluções violentas, apenas uma alienação consentida através de migalhas que caem da mesa do Poder Estadual. E aí corre o perigo de surgir o político populista que facilmente manipula ideologicamente a própria ira do povo rebelado, porque massa não pensa, através de mídias nos meios de comunicação, e assim se preservar no poder por quanto tempo entender lá ficar, mesmo usando a má distribuição de renda per capita, do próprio capital, de melhores salários, de educação de qualidade, de relações sociais, de equilíbrio emocional, de cultural, de esportes, de acesso ao bem estar, de privilégios ampliados a todos e bem assim de hierarquias claras na relação força de trabalho e capital.
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¹ "De cujus" é uma expressão forense de origem latina que se usa no lugar do nome do falecido, e autor da herança , nos termos de um inventário.
² Cf.: Banco Central do Brasil. In.: < http://www.bcb.gov.br/?FOCUSRELMERC> . Página acessada em: 07/05/2015.