O PATROCÍNIO NAS CAMISAS

Pouca gente ficou sabendo da corrupção no vôlei brasileiro com o dinheiro do Banco do Brasil. Isso porque não foi a Rede Globo quem denunciou. Foi o canal ESPN Brasil. Ou seria mais certo dizer: Com o dinheiro dos brasileiros!

O que mais me assustou neste episódio, é que as grandes personalidades do vôlei nacional preferiram ficar encima do murro. Tipo “não tenho comentários a fazer”. Quase concordando com o que estava acontecendo.

Com o Brasil em crise a Caixa Econômica Federal aumentou os juros dos financiamentos da casa própria. Uau! Ao mesmo tempo, discute com os times de futebol, a renovação dos patrocínios nas camisas.

Enquanto a sociedade não tem uma educação, uma saúde e nem uma segurança de qualidade, um banco estatal vai jogar 100 milhões de reais no lixo. Estampando sua marca no peito dos maiores devedores de impostos do país.

E que agora com a ajuda da “bancada da bola” estão muito perto de obter uma nova anistia para suas dívidas milionárias. Estranho que na Câmara de Deputados, temos “bancadas” para tudo o que não precisa. A da bola é um exemplo. E ninguém lá dentro tem a pretensão de formar a “bancada da educação”. Ou a “bancada da saúde”.

Não é admissível que um governo em crise financeira, permita que uma de suas estatais gaste 100 milhões de reais patrocinando times de futebol. Todo esse dinheiro poderia ser mais bem investido em outras áreas.

O que deveria ser mais importante para um banco estatal. Estampar sua marca nas camisas de times de futebol, ou permitir que mais pessoas tenham acesso à casa própria com juros menores?

Ainda vem a velha perguntinha que nunca quer calar: E se o ex-presidente Lula não fosse torcedor do Corinthians, será que o patrocínio estaria lá? Talvez a resposta nem precise de reflexão.

Dentro do mesmo tema, podemos dar uma pincelada na peça publicitária da cerveja Brahma. Que promete revitalizar trezentos campos de futebol no país. Para ajudar campos de futebol, eu não beberia uma Brahma nem que tivesse o gosto do melhor chocolate do mundo.

Por incompetência, os políticos colocam o esporte, em especial o futebol, no mesmo patamar da educação. Uma simples olhada para as torcidas organizadas já destrói essa crença. Novak Djokovic, o maior ídolo da Sérvia fala cinco idiomas. Quantos idiomas Neymar fala? Pelas postagens em redes sociais, nem o português ele sabe escrever.