Chifres em cabeça de cavalo

Hoje o cidadão vive na cadeia: sua casa toda gradeada, enquanto o violento está solto e agindo à vontade, Combater apenas o tráfico torna-se insuficiente. É preciso urgentemente unir a família com a escola e a sociedade. Se cada família tiver orientação em seus lares, seus filhos serão melhores, principalmente se forem apresentados a Deus. O tráfico existe porque existem os dependentes. Estes é que buscam a droga e, é materialmente impossível, apenas a polícia conter essa violência.

É uma utopia exigir somente do governo e da polícia esse tipo de combate ao crime. Os pais, os religiosos, os professores, toda a sociedade deve unir-se neste objetivo comum, para entregar para a sociedade uma criança ou um adolescente, bem formado, bem educado e consciente dos problemas da comunidade. Erradamente, costuma-se culpar o governo, a polícia ou a escola pelo fracasso como educadores, quando na realidade tudo começa em casa.

O lar é o primeiro caminho para se educar a criança. Hoje, os pais alegam falta de tempo para educar o filho, transferindo essa responsabilidade para a escola, que não tem essa obrigação. A escola forma, transfere cultura, prepara para a vida em sociedade e, pode, eventualmente, colaborar com a educação, que é obrigação do lar, por isso, costuma-se dizer que ela vem do berço. Essa educação de fulano ou de beltrano, vem de berço!

Se no lar não existem flores, é porque foram destruídas pela falta de educação das crianças, adolescentes e jovens, e não será a escola ou a polícia que irão replantá-las. Esse jardim é de responsabilidade dos pais, cabe a eles mantê-lo florido.

Hoje o tráfico está operando nos grandes colégios, até naqueles considerados de disciplina rígida. Infelizmente esses colégios pouco podem fazer. Eles precisam da cooperação da família, e esta, muitas vezes, nem pode ser considerada uma família. O tráfico assassina, destrói o patrimônio público, e até tira a vida de seus próprios integrantes. Exigir segurança é um direito do cidadão, todavia, sem preparar o jovem para que tenha uma postura digna, desde a aparência até as atitudes, esse mister fica muito difícil.

As autoridades responsáveis pela educação, devem com urgência estudar meios legais para fortalecer a escola e aumentar em muito a autoridade do professor, exigindo em troca uma postura de rígidos educadores. O educador tem de fazer da sua profissão um sacerdócio, para que o aluno seja preparado para integrar a sociedade de maneira saudável, sem sofrer interferência dos pais no seu método de ensino, que é de responsabilidade de seus superiores.

O governo não tem como conter a violência e o tráfico, se faltar conscientização da gravidade do problema junto às famílias. Os pais são os jardineiros, a escola o adubo e a polícia o guardião. As três instituições precisam se unir para hastear a bandeira da paz nas escolas.

Toda família bem estruturada exerce autoridade sobre os filhos. É uma disciplina com amor, que infelizmente hoje, a família enfraquecida e muitos pais se acovardando perante os filhos, tendo medo deles, não querendo contrariá-los, deixam de exercer, fazendo com que vivam sem limites. Se os pais não conseguem exercer autoridade sobre o filho, deixando-o viver sem limites, como um professor, cuja autoridade é contestada pelos pais, poderá modificar esse jovem? É a mesma coisa que procurar chifres em cabeça de cavalo.

Roberto Valverde
Enviado por Roberto Valverde em 04/04/2015
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