Hugo Chaves, presidente da Venezuela, e o caminho para a ditadura.

O coronel Hugo Chaves, presidente da Venezuela, demonstra claramente não estar satisfeito com os oitos anos de governo. Deseja mais, isto é, quer ser presidente por toda a vida. Para isso, utiliza-se da prática da pesporrência, ou seja, exibição de autoridade onde prevalece, em todas as suas ações, o comportamento de ditador sendo a sua maior meta, a alteração da Constituição daquele país, o que poderá dar-lhe condições de sua reeleição indefinidamente.

De maneira dolosa violou o legítimo direito de liberdade de expressão, uma vez que, ignorando os apelos dos órgãos envolvidos, exigiu o fechamento da rede televisa RCTV, tirando-a do ar definitivamente com a justificativa, ambígua, de que aquela emissora operava de modo contrário ao governo. Na verdade executava um jornalismo independente e imparcial, contrariando as idéias totalitárias de Chaves.

Até pouco tempo, sentia-se tranqüilo com a situação, pois, além de ter o controle sobre as instituições políticas, judiciárias e militares do país, não encontrava resistência por parte da população. Acresce o fato, também, de que os estudantes universitários dispensavam pouca atenção às atitudes dogmáticas de Chaves, em razão de entenderem como convincente o discurso de transformação social, sempre bem absorvido pela classe jovem da Venezuela.

Entretanto, uma grande parcela da população venezuelana já demonstra insatisfação com o quadro político empreendido por Hugo Chaves, desejando a manutenção do regime democrático. Com gestos pacíficos, milhares de estudantes de universidades públicas e privadas, durante cinco dias consecutivos, saíram às ruas das cidades venezuelanas, onde foram recebidos pela polícia com balas de borracha e gás lacrimogêneo, para protestar contra o cerceamento da imprensa livre e confirmar a intenção de que o país deve permanecer sob o regime da democracia absoluta.