QUEM FOI SÓCRATES?

Segundo a história da Filosofia, Sócrates era o homem mais feio de Atenas: gorducho, nariz achatado, malvestido, olhos grandes, lábios grossos; sujeito muito estranho. Na juventude, ele foi um soldado muito corajoso: lutou na Guerra do Peloponeso contra os espartanos e seus aliados. Na maturidade, tornou-se um homem inoportuno: gostava de parar as pessoas na praça para fazer perguntas embaraçosas. Muitas vezes, ele demonstrou que as pessoas não sabiam o que imaginavam saber. Dizia que, antes de conhecer a natureza e de desejar convencer as outras pessoas, cada indivíduo deveria conhecer a si mesmo.

Sócrates era um homem do mercado e praça pública. Sua vida era aquela de fazer questionamentos. Debatia com todas as pessoas e em todos os lugares. Amava andar pelas ruas e praça, falando especialmente aos jovens. Mesmo naquele tempo, não se recusava a conversar com as mulheres. Não tinha preconceito. Sua popularidade era imensa. Todavia, o número de seus inimigos também crescia. Filósofos de outras escolas, artistas, políticos e sacerdotes não lhe perdoavam as humilhações, mas era também grande o número dos admiradores de Sócrates. Pelo fato de perguntar muito, não era amado por muitos: suas perguntas levavam o interlocutor a reconhecer a própria ignorância: o não saber. Diante de uma conversa com esse filósofo, ou a pessoa reconhecia a própria ignorância (o seu não saber) e se dispunha a aprender na conversa com Sócrates, ou saía zangada com esse pensador ateniense. Para ele, era uma satisfação quando uma conversa chegava ao fim e seus interlocutores reconheciam o pouco que sabiam.

Certa vez, Querefonte, seu amigo de infância, foi ao Oráculo de Delfos perguntar: “Existe alguém mais sábio do que Sócrates?” O Oráculo respondeu: “Não”. Quando soube disso, o filósofo começou a conversar com todas as pessoas que se passavam por sábias em Atenas, pois queria provar que havia alguém mais sábio do que ele e que ele não era sábio.

Esse filósofo era um incômodo em Atenas: perguntava se as pessoas sabiam o que estavam dizendo ou no qual elas acreditavam: “Você sabe o que é isso que você está dizendo?” “Você diz que ama as pessoas e as coisas belas, mas o que é a beleza?” “Você crê que seus amigos são a melhor coisa que você tem, mas o que é a amizade?” “Qual é o fundamento racional daquilo que você fala e pensa?” “Que razões rigorosas você possui para dizer o que você diz e para pensar o que você pensa?” Perguntava o que era a justiça, a coragem, o bem, o belo, a verdade, a virtude. Perguntava porque queria aprender com as pessoas. Mas, durante as conversas, descobria que as pessoas não sabiam o que imaginavam saber. Muitas imaginavam saber o que não sabiam. Por isso, ele era mais sábio do que elas. Não porque soubesse alguma coisa, mas porque, não sabendo, não julgava ser conhecedor do que desconhecia, enquanto as outras pessoas não reconheciam que também não sabiam de nada. Esse homem pensante amava revelar os limites de quem conversava com ele.

Por muitos atenienses, Sócrates era amado; por outros, era considerado uma influência perigosa, principalmente pelos poderosos, pois Sócrates fazia a juventude pensar. Por isso, tornou-se um homem perigoso. Foi acusado de corromper a juventude, desrespeitar os deuses do estado e introduzir a crença em outro deus. Foi acusado e condenado à morte. Morreu após beber cicuta. Foi essa forma de morte que lhe aplicaram. É considerado o patrono da Filosofia. Dizia que uma vida sem reflexão não é digna de ser vivida. Foi o criador da reflexão ética. É o criador da moral. Buscava uma vida virtuosa.

Domingos Ivan Barbosa
Enviado por Domingos Ivan Barbosa em 30/03/2015
Reeditado em 30/03/2015
Código do texto: T5189225
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