“DEUS ESTÁ MORTO”
Calma! Eu não sou ateu. Eu desejo ser cristão: seguidor de Cristo. Eu sou teísta. Essa afirmação no título deste texto foi feita por Nietzsche. Ele fez uma crítica radical a toda a filosofia socrática e a toda a tradição filosófica, desde Sócrates. Nietzsche criticou o cristianismo e fez uma crítica severa ao apóstolo Paulo. Para esse filósofo, Deus é a contradição da própria vida; o Deus cristão, socrático, platônico, metafísico é a contradição da própria vida. Para esse filósofo alemão, a moral tradicional, que começou com Sócrates e foi adotada pelo cristianismo, é uma “moral dos escravos”, dos fracos, dos ressentidos. Alguém me disse que, certa vez, numa aula sobre Nietzsche, para brincar em relação a mim, uma professora disse isto: “Vejam se o Domingos Ivan vem aí”. Ela não queria entrar em confronto comigo rs.
Bem, após essa brincadeira, é hora de falar sério! O que Nietzsche quis dizer ao afirmar que “Deus está morto”? Com essa frase, o filósofo estava se referindo ao fim da moral tradicional e ao início da nova moral, alicerçada na total, alegre e livre aceitação dos valores vitais. Conforme esse pensador, Deus, a alma, a consciência, a subjetividade, o espírito, a razão, a fé, a certeza e a ciência são máscaras de uma renúncia de escravo a viver de maneira plena; uma renúncia a ser ele mesmo; uma renúncia a aceitar as diferenças e os males da vida da forma como se apresentam. Com a afirmação “Deus está morto”, segundo Giovanni Reale, Nietzsche quis dizer que, pouco a pouco, por várias razões, a nossa sociedade ocidental foi se distanciando de Deus; foi assim que essa sociedade matou Deus. Eis as palavras de Nietzsche: “O que houve com Deus? Eu vos direi. Nós o matamos – eu e vós. Nós somos os seus assassinos”. E mais: “Deus está morto! Deus permanece morto! E nós o matamos”. De acordo com esse pensamento, na consciência do europeu no fim do século XIX, já se vivia a morte de Deus. E essa morte significava a desvalorização dos valores morais. O fim do Deus cristão representa o fim da moral por ele aprovada. A morte de Deus, consoante Nietzsche, é apenas um capítulo de uma longa história; é o fim do platonismo. Cai-se, portanto, conforme essa filosofia, tudo o que era considerado como verdade. É a morte de todos os ideais.
Obs.: Espero ter explicado. Texto de acordo com o livro História da Filosofia (volume 3), de Giovanni Reale e Dario Antiseri, e o livro História da Filosofia, da Editora Nova Cultural.
Mas, para nós cristãos, Deus está vivo e continuará vivo.