Voando na chuva... enquanto dona Dilma não cai...
Acabo de ler na “Folha de São Paulo” que em 1964, atendendo pedido do governador Adhemar de Barros, o jovem Jorge Luiz Grappeggia entrou em um B-25 da Base Aérea de “Cumbica”, com a missão de fazer chover em São Paulo. Subiram a 5 km de altura e despejaram 200 quilos de gelo seco em uma nuvem. “Naquele dia, um temporal alagou toda a região do ABC”. Kkkkkkk
Eu também já fiz chover nos sertões do Cariri do meu querido Estadão do Ceará, vez em quando carente de chuvas. Foi lá pelos idos de 70. Antes da partida para o primeiro voo, no meu garboso C-47 -- 2020, o representante do governo cearense nos informava os últimos detalhes de um plano muito bem elaborado por um professor universitário, especialista “em fazer chover”. Logo em seguida fui apresentado aos que iriam participar do chamado “Voo da Chuva”. A imprensa toda se fez presente, sempre curiosa e sensacionalista, tirando fotos e solicitando entrevista do “Degas” aqui.
Iniciamos os preparativos para o "bombardeamento" das “inocentes nuvens”, com a montagem de dispositivos especiais, cuidadosamente arquitetados pelo jovem cientista cearense. A alma do negócio consistia no transporte de oito tambores cheios de águas do mar, saturadas “com muito sal e gotas de esperanças”. O primeiro voo serviria de teste para as possibilidades futuras, dizia-me, ansioso, o jovem professor-cientista.
Os jornais se encarregaram de divulgar os resultados iniciais, que foram considerados "ótimos", pois choveu, e muito, naquele primeiro dia, tudo graças ao meu santo protetor, São Pedro Bonachão! Decolávamos e ficávamos horas e horas sobrevoando os pesados cúmulos, enquanto águas salgadíssimas eram despejadas nas brancas nuvens. Era uma grande esperança, pois a seca “é uma coisa horrível”; com a seca vem a fome, e a fome é imoral; a fome é cruel!
Havia as cidades consideradas “bases de abastecimento” no interior do Estado, onde pousávamos para reabastecer os tambores. E assim ficamos vários dias gozando as delícias de estrelados pernoites, num ótimo hotel em Fortaleza, tudo “patrocinado” pelo governo cearense, e sempre "ciceroneados" por lindas cearenses, molhadinhas de água do mar e ternamente refrescadas com as águas das nossas chuvas. kkkkkkkk