A irresponsabilidade dos políticos de Bauru.
A violência não parte apenas da mão que aperta o gatilho ou do verbo que chicoteia a alma com duras palavras.
A violência surge principalmente de forma sutil, vinda dos gabinetes repletos de assessores que nada fazem e resolvem. A caneta que nada assinou reflete o homem público omisso, despreocupado diante das agruras humanas.
O sábio chinês Mêncio há tempos dizia que o político deve governar para o povo, embora a afirmação do filósofo seja milenar ainda não foi devidamente assimilada pelos nossos homens públicos que se omitem quando devem decidir. Decisões ágeis somente quando são para tratar de assuntos concernentes a aumento em seus polpudos vencimentos ou sobre a contratação de assessores.
Há algumas semanas passeava de carro com meus dois filhos, e após cruzar a ponte Ayrton Senna (aquela famosa ponte que ficou interditada por três anos e faz a ligação do Mary Dota e adjacências com o Dist. Industrial), por poucos metros não fomos colhidos por um vagão que trafegava pelos trilhos que ali existem. Nada de sinalização, nada de avisos, mato alto e nenhuma segurança para motoristas e pedestres que transitam por aquele local aos milhares, todos os dias.
Assustado com tal fato recorri às autoridades para a tomada de providências. Lembrei-lhes do perigo, contei que quase fomos, eu e meus filhos, colhidos pelo sorrateiro vagão encoberto pelo mato existente. Disse que se nada fosse feito certamente alguma vida poderia se perder naquele local. Fui informado de que há um entrave entre Prefeitura Municipal de Bauru e a empresa responsável pelo tráfego ferroviário. O famoso jogo do empurra onde ninguém assume qualquer responsabilidade.
Pois sim, caro leitor, o acidente aconteceu ontem, 05/06/2007. Por ironia do destino presenciei a cena. Renata Ribeiro vinha de moto direção Mary Dora - Distrito Industrial, não ouviu o apito do trem e foi parar apenas quando se chocou na locomotiva. Com Renata nada de grave, apenas uma pancada no rosto, mas o susto foi grande e pode fazer novas vítimas se providencias não forem tomadas com urgência.
Hoje, 06/06/2007, o mato que havia no local e encobria a visão de motoristas foi aparado, contudo, precisou alguém se machucar para que isso ocorresse.
Fica, pois, a pergunta:
Até quando iremos esperar o pior acontecer para nos movimentar em torno de soluções?
Atenção homens públicos:
Com a vida humana não se brinca! Precisamos de mais agilidade e menos burocracia!
E você, morador (a) bauruense ou de qualquer outra cidade, muito cuidado em cruzamentos férreos, pode ser que escondido atrás do mato da indiferença esteja uma locomotiva prestes a ceifar sua vida.