Vida do campo - hora da escola.
Agora estava começando uma nova etapa, estava chegando a hora de irmos à escola, alí mesmo na uma fazenda próxima à nossa, no interior de Goiás, município de Alexânia.
Deveria ter uns cinco a seis anos de idade, mas, tínhamos que frequentar a escolinha, que ficava em um grupinho escolar. Geralmente era feito de palha e paredes de pau a pique e barro. O grupinho consistia em uma construção rústica com um mastro no centro e telhado circular de palhas de coqueiro babaçú.
Naquela época saíamos bem cedo de casa em direção a este grupinho e cada um com os seus objetos. Na realidade a minha parte era carregar o lanche, geralmente, laranjas, limas e mexericas. Com a gente iam também alguns primos que moravam nas redondezas, pois, a escola era para todos, sem custos, pois era municipal. Não tenho lembrança de quem era a professora, era ainda muito novo. Ficava por alí do lado de fora aguardando a hora do recreio para entrar em ação. Ao final todos retornavam para a sala e isto ia até às onze da manhã, quando retornávamos para nossas casas.
No caminho de volta, geralmente andávamos em fila indiana, pois, o caminho era feito pelos animais, que geralmente andam em filas indianas, e fazem este tipo de estradinhas. Era a vez da batalha com buchas de laranjas, uns jogando nos outros. Chegando ainda mais perto da fazenda, antes passávamos sem autorização dos pais é claro em um poço para tomar banho, que distava uns mil metros da casa da nossa vó.
Antes mesmo de entrarmos no poço, alguém mais expert fazia uma espécie de reconhecimento da área, uma varredura melhor dizendo, para se ter a certeza de que não havia nenhum tronco no fundo, capaz de causar ferimento em alguém. Nada constatado, subíamos numa árvore que ficava na beira do barranco e uns pulavam de ponta cabeça outros em pé, e estava garantida a diversão por uns minutos, pois, muito tempo a água ia ficando fria demais e as mãos começavam a ficar com aspecto de roxo etc.
De volta pra casa e no dia seguinte tudo começava.
Logo de manhã, preparávamos as ferramentas, amolando ora enxadas ora foices, dependendo do tipo de serviço a ser realizado.Mas, as rotinas de uma fazenda, num termo redundante, sempre são as mesmas. É aquele velho ditado "em fazenda, sempre fazendo". Isto é realidade, pois, se voce faz a roçagem de um pasto hoje, dentro de 60 dias terá que refazer e assim por diante e se faz um aceiro nas cercas, logicamente que o mato cresce e terá que refazer em poucos dias.
Sem falar no trabalho de arrancar ervas daninhas que o gado ingere durante a pastagem. causa de óbito em vários animais em fazendas, geralmente elas emitem botões, ou roxo ou branco e são altamente tóxicas.
Abraços
John...!!!