“Os pássaros, o homem e a Palavra”

"Como os pássaros, deveríamos ‘voar‘… Como os pássaros, deveríamos ser solidários e aos nossos semelhantes ‘dar lugar‘: SOLIDARIEDADE e, mesmo que ‘diferentes‘, Igualdade!"

Hoje, ao ler Gálatas, 6:2 , diversos pensamentos se foram aglutinando e decidi redigir este primeiro artigo de 2015, sem pretensão qualquer que seja, a não ser a de externar o que sinto.

Gosto da natureza e observá-la é algo que me dá prazer, pois é uma escola viva. Somos dela participantes ativos e alunos: uns bons, outros, não.

Durante anos, ao observar o vôo das aves quando em formação ‘V’, me perguntei porque tal ocorria. Sabia que havia uma razão e hoje a antiga curiosidade levou-me a buscar respostas. Em apertada síntese, escrevo a seguir o que aprendi.

A maioria dos pássaros migratórios voam longas distâncias nessa formação e isso permite economizar entre 20% a 30% de sua energia. Estudos recentes revelam ainda que nesse voar, as batidas das asas de todos os pássaros são sincronizadas e eles encontram o exato ponto aerodinâmico ocasionado pelo benéfico deslocamento de ar das demais companheiras de jornada , o que facilita o voo uma da outra sucessivamente, não importando em que lugar se encontrem no ‘V‘. Não fora isso, seria impossível evitar a espécie de turbulência que se forma atrás do corpo e nas pontas de suas asas, o que lhes impossibilitaria a fundamental estabilidade para manter-se no ar. Daí a existência de duas fileiras se abrindo a partir do lider, vindo a formar o tal ‘V‘, o que lhes permite, inclusive, um excelente campo de visão.

Interessante notar que é do líder toda a responsabilidade, pois define não só o rumo, como o ritmo de voo do bando e, se o que estiver no ápice cometer qualquer erro, este se propaga em cadeia para seus demais componentes. Sua posição é sempre no vértice do ‘V’ e sua escolha é o resultado de um ‘revezamento‘ entre os membros do bando, observados por seu tamanho, idade e sexo (não necessariamente nesta ordem) – o que faz com que nenhum se canse demais e, desta forma, é mantido o fundamental ‘equilíbrio da justiça‘ – fato este que a humanidade – como um todo – ainda desconhece.

Curioso ainda, é que todos os componentes do bando deslocam-se cuidadosamente, sempre observando a localização da extremidade de suas asas até encontrar o exato ponto que lhes ofereça menor resistência entre a ave que está à sua frente. Assim agindo, o voo se torna mais fácil para todos: há ‘cooperação’ e um ‘entendimento’ que escapa à compreensão da maioria dos seres que se imaginam humanos …

Entre os pássaros há uma evidente assistência mútua… ao passo que entre os homens, sentimentos mesquinhos crescem ultimamente em proporção geométrica, o que resulta nesta triste realidade que a pobre Terra todos os dias revela…

Aprenda-se, pois, com os pássaros, a ser solidário, a ser ‘GENTE‘!

Mirna Cavalcanti

Rio de Janeiro, 08 de Fevereiro de 2015