Seguem os protestos que objetivam desfazer o aumento da tarifa de ônibus o qual passou a vigorar no início do ano.
Na frente desses protestos atua o MPL.
 
É impossível não recuar um pouquinho no tempo.
Em 20 de junho de 2013 multidões, compostas, na maioria, por jovens, despertaram a atenção da imprensa, assustaram demais o governo e contagiaram as pessoas mais indiferentes.
Essa data, na minha modesta análise, foi crucial.
Os protestos já vinham acontecendo, há dias as multidões já suscitavam notícias, porém, nessa quinta-feira bastante especial, a TV alterou sua programação, o clamor popular inundou todas as ruas do país, a força das manifestações se tornou avassaladora.
O objetivo era mudar o Brasil.
 
Havia uma grande expectativa:
Como será a sexta-feira?
 
Exatamente nessa noite o MPL (Movimento Passe livre), grupo o qual começara os protestos após a tarifa de ônibus aumentar na capital paulista, anunciou que o cancelamento do aumento (equivalente a vinte centavos), interpretado como uma conquista satisfatória, justificava cessar as manifestações.
Considerando que o Roda Viva, quatro dias antes, conversava com o MPL; percebendo a causa inicial, a tarifa mais cara, perder a relevância; verificando o povo aproveitando o ensejo para pedir melhores serviços públicos e o fim da corrupção, ninguém entendeu o estranho anúncio.
 
Depois disso Dilma entrou em ação com falsas promessas, a imprensa manipulada e muito parcial passou a enfatizar demais as ações dos “vândalos”, a Copa das Confederações desviou o assunto, acabaram as manifestações ou elas perderam o gás.
 
Penso que seria bem diferente se o MPL não tivesse recuado.
Se a “onda” continuasse na sexta, o país, no bom sentido, pegaria fogo.
 
* Agora voltamos a observar o mesmo MPL protestar contra o aumento da passagem de ônibus e propor a tarifa zero.
 
Hoje confesso que o grupo não me seduz, não convence e não merece minha menor atenção. 
Ontem o erro, a covardia ou sabe lá o quê trouxe a enorme culpa.
Eu não consigo perdoar.
 
Além disso, percebo que não é possível refazer os passos revolucionários da ocasião. A hora era aquela, o MPL tinha a faca e o queijo.
Por que recuaram? Será que foram corrompidos?
Independente da resposta, a oportunidade de ouro foi desperdiçada.
 
O trem já passou.
É inútil correr atrás!
 
Um abraço!
Ilmar
Enviado por Ilmar em 04/02/2015
Reeditado em 04/02/2015
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