Algumas Palavras sobre Intolerância e Não-Violência

Intolerância é o estado de espírito daquele que se sente inseguro; não tem valores firmes; se sente ameaçado.

Sem capacidade de resposta inteligente, recorre à violência do poder, ao autoritarismo, para subjugar os que, por diferentes, lhe são estranhos.

Apoia-se no poder económico, corrupto, pois é o trabalho da maioria pobre e trabalhadora que sustenta uma minoria de privilegiados, ociosos e arrogantes.

Os mais fortes (força fictícia, porque baseada em riqueza efémera) submetem os mais fracos.

Este poder é fictício porquê?

Dou o exemplo que no nosso tempo fomenta a guerra que nos leva ao caos; a tanto sangue derramado; a tanta aflição e sofrimento de toda a ordem em tantos países do mundo.

Sabemos que o petróleo é objecto de cobiça.

Porém, sabemos também que é uma fonte de energia não renovável.

Causadora de poluição: o ambiente no nosso Planeta (e não existem outros habitáveis, que se saiba) degrada-se dia a dia.

O aquecimento global altera o clima, provoca catástrofes, que tendem a piorar a curto, médio e longo prazo.

Seria inteligente empregarem-se os recursos de que dispomos, juntando as mentes brilhantes do mundo, na investigação de fontes de energia alternativa, sadia, perene, tais como a força dos ventos; dos rios; da luz solar; das marés.

Mas não!

Em vez disso os senhores do Poder investem em armas cada vez mais destrutivas.

Tentam superar-se em força.

Superam-se em falta de visão e em estupidez!

Faltam escolas, faltam hospitais, faltam livros, faltam meios para que os pobres capazes possam fazer cursos superiores.

Desgastam-se os bens públicos dando cursos a jovens enfastiados, improdutivos, que tiveram a sorte de nascer em berços de ouro.

Por que caminhos seguimos?

Os artistas são tidos como visionários e loucos; a não ser uns poucos cujos meios económicos lhes permitem a auto-promoção; cujos “estômagos” lhes permitem o servilismo aos Poderosos.

Para onde caminhamos?

É necessário educar os meninos, para que não seja preciso castigar os homens... mas seguimos num ciclo vicioso de consumo, de ambição desmedida para consumir mais ainda.

Impera o imediato, não se pensa verdadeiramente no futuro, com olhos de ver e medir as consequências dos caminhos que trilhamos.

O exemplo deveria vir de cima... é péssimo o exemplo que nos chega!

E sem informação nem formação, onde o discernimento, o exercício do livre arbítrio dos povos?

Onde o exercício efectivo da Democracia por que lutámos e lutamos?

A nós, poetas, resta-nos

Cantando espalhar em toda a parte, se a tanto nos ajudar o engenho e a arte!

Precisamos despertar consciências, lançar pontes cada vez mais firmes entre os Povos de todo o mundo!

Com respeito pelas diferentes culturas, costumes e crenças.

Amando-nos uns aos outros como a nós mesmos!

Lisboa, 16/11/2003