Cidadania e civilidade...

O ser humano, tem-se degenerado nos últimos anos, as leis, os princípios, a moral, os bons costumes, o respeito pelo outro ser humano, o amor ao próximo, a solidariedade, a caridade e muitas outras coisas básicas, têm sido deixados de lado, o ser humano rouba, engana, mata, corrompe, é corrompido, mente, é a lei do quem pode mais chora menos, como nunca na história.

O homem é um animal como outro qualquer, só que dotado de inteligência (será?). Será o homem mesmo inteligente ou tem apenas os sentidos mais aguçados do que os outros animais, principalmente para o mal, pois, é o único dentre os animais que mata por esporte, por perversidade, por prazer, os demais animais o fazem para sobreviver, para se alimentar.

Será que os animais, gostariam de serem comparados com os seres humanos? Não sei não, se pudessem expressar-se, certamente, ficariam indignados com a comparação.

Deus deu ao ser humano um pouco mais de discernimento que aos outros animais, porém este discernimento foi deturpado e usado para o mal em detrimento do bem.

O ser humano é vaidoso, egoísta, narcisista, ansioso por poder e dinheiro, mau pela própria natureza, capaz de enganar, de mentir, para conseguir seus objetivos.

Deus deu ao homem o livre arbítrio, o poder de decidir o que ele quer fazer, o ser humano pode fazer tudo o que lhe aprouver mas é preciso saber que terá que dar conta de seus atos, todos eles, senão hoje, amanhã ou depois, mesmo depois da sua morte, algum dia Deus vai cobrar suas atitudes.

É preciso ter inteligência para ver que: "tudo posso, mas nem tudo me convém".

Quando analisamos que "nem tudo me convém", então estamos sendo inteligentes, estamos procurando discernir entre o bom e o ruim.

Não entre o que é do bem ou do mal, mas o que é bom ou mau para nós mesmos.

Quantas vezes tomamos decisões que depois nos arrependemos?

O arrependimento não minimiza nossas dores, nem nos redime dos nossos atos impensados, poderá contudo nos levar a remissão da nossa falta.

Quantas vezes fazemos coisas que sabemos não serem certas?

Toda vez que insistimos em fazer uma coisa que sabemos não ser correta, mas que nos trará alguma vantagem ou prazer, devemos levar em conta as conseqüências do nosso ato e toda a responsabilidade que isso nos acarretará, em tudo há risco e temos um preço a pagar por cada atitude nossa.

Quantas vezes decidimos assumir os riscos de nossas decisões, mesmo sabendo que não são adequadas?

Nossa vida é um jogo, passamos o tempo todo blefando, tentando enganar a sorte, tentando enganar a nós mesmos, dizemos: Sei que estou errado mas vou fazer assim mesmo, assumo a responsabilidade e as conseqüências depois. Quando elas vêm, ficamos desesperados, então tentamos de todo jeito corrigir o que fizemos, mas é tarde demais.

Há quatro coisas no mundo que não voltam jamais:

1 – A seta atirada.

2 – A água passada

3 – A palavra proferida

4 – A oportunidade perdida

Errar tentando acertar é uma coisa. Errar pelo simples prazer de errar, sabermos que estamos errados, mas, mesmo assim praticarmos o ato só pra contrariar regras e princípios. Este, é o pior de nossos erros.

Cometer o mesmo erro diversas vezes é o mesmo que colocar o dedo debaixo do martelo e esperar que ele caia em cima do seu dedo, é a pior de todas as declarações de ignorância e burrice que se pode fazer.

Esse livre arbítrio dado por Deus a nós, tanto pode ser bom como ruim, pode nos levar a uma encruzilhada.

Será que temos mesmo o direito de fazermos o que quisermos com nossas vidas?

Será que cada ser humano pode fazer o que bem lhe der na telha e os outros não tem nada com isso?

Será correto tomarmos atitudes, fazermos coisas com nossa vida não nos importando se com isso vamos ou não influenciar na vida dos outros?

Podemos em sã consciência fazer uso do nosso livre arbítrio para fazer o que queremos, sem nos preocuparmos com as conseqüências?

Para tudo neste mundo existem regras. Regras dos bons costumes, da moral, da ética, da cidadania, da civilidade.

Podemos fazer nossas próprias regras. Temos o direito de criar critérios próprios? Temos nós inteligência e discernimento para criar nosso próprio código de conduta?

E a cidadania onde fica?

Muitas vezes as coisas estão à nossa frente, mas fazemos questão de não vê-las, pelo nosso próprio benefício, para podermos tirar todo proveito possível da situação.

Mas será isso correto? Poderá um ser humano tomar atitudes em sua vida, que o beneficiem ou lhe dêem prazer ou simplesmente satisfaçam as suas vaidades, sem pensar nas conseqüências para os outros seres humanos? Isso não se chama egoísmo?

É necessário ser culto para saber pensar e agir corretamente?

Obviamente que não, princípio é uma coisa que trazemos do berço, não há cultura que faça uma pessoa ter bons princípios. Existem bandidos e canalhas ricos e instruídos. E existem pessoas humildes, sem conhecer a diferença entre um zero e um ó, que são pessoas honradas.

Agir corretamente é uma prerrogativa somente das pessoas dotadas de inteligência? Se assim o fosse, nós viveríamos num mundo caótico, pois, grande parte da população de nosso país é analfabeta ou quase isso.

O que será agir e pensar corretamente?

Há alguma cartilha que nos mostre como devemos agir?

Claro que temos muitas leis e códigos, mas não se trata disso.

Quanto era criança, aprendi que devemos agir sempre segundo a nossa consciência.

Essa consciência, se forma na nossa infância e adolescência e se aprimora e desenvolve, quando ficamos adultos.

A nossa consciência é formada pelas coisas que aprendemos e vamos armazenando ao longo do nosso desenvolvimento intelectual durante a meninice e a puberdade.

Se formos criados desde o berço sem limites, sem barreiras, sem que seja colocado que como cidadãos temos deveres e direitos, acabaremos nos tornando cidadãos também sem limites, egoístas, não saberemos jamais exercer a cidadania que é necessária para se viver em sociedade.

O primeiro dos aprendizados que devemos ter em nossas vidas é o de que vivemos numa sociedade, que é composta por diversos indivíduos, que há outros seres humanos à nossa volta, que a vida não se resume exclusivamente na nossa pessoa, que a nossa sobrevivência depende da convivência com outras pessoas e que essa convivência precisa ser harmoniosa e cordial, para que possamos ser respeitados como indivíduos.

Devemos ter sempre em mente que temos deveres e direitos para com essa sociedade. Todavia, devemos primeiro em qualquer circunstancia, cumprir com nossos deveres para podermos depois, plenamente tomar posse de nossos direitos.

Infelizmente isso pouco acontece na nossa sociedade. A Lei de Gerson, “de levar vantagem em tudo”, é o conceito mais usado entre a maioria das pessoas.

O seu vizinho liga o som no volume que interessa somente a ele, sem se importar se você gosta da música ou não, violando o seu direito de ouvir a música que quiser, ele também tem o direito de ouvir o que quiser, mas deveria ouvir num volume que satisfizesse somente ao desejo dele, sem incomodar às demais pessoas.

O seu colega de trabalho, que trabalha na mesa ao lado, masca chicletes o dia todo, um hábito horrível por sinal, não se preocupando se você está incomodado ou não.

O seu amigo acende um cigarro, mesmo sabendo que isso o incomoda e prejudica, pois, você sofre de asma, mas ele não se importa com isso, viola os seus direitos e de muitas outras pessoas abertamente sem se importar, isso é falta de cidadania e solidariedade, falta de humanidade.

Nas relações familiares então, a violação dos direitos é algo assustador. Maridos não respeitam esposas e vice-versa, pais não respeitam os direitos dos filhos e a recíproca é verdadeira, causando verdadeiras batalhas familiares.

Quem não respeita os direitos dos outros, certamente terá os seus violados.

Nossa sociedade está cheia de regras.

Regras de conduta, regras de bem viver, regras de comportamento social, regras de convivência familiar, são coisas inventadas pelo homem para tentar viver melhor em sociedade, mas quase nunca respeitadas.

O ser humano precisa conscientizar-se de que os outros também têm direitos, precisamos ser compreensivos, respeitadores das leis e preceitos de boa vizinhança, precisamos ser mais solidários com os outros seres que habitam esse nosso planeta, precisamos compreender que não somos animais irracionais e deixar de agir como tal.

Pregamos a paz e fabricamos armas, os políticos são inescrupulosos e irresponsáveis, formam cartéis, verdadeiras quadrilhas que assaltam os cofres públicos, dinheiro que deveria ser empregado para o bem estar da sociedade.

Os governantes acham que seus governos são feudos, que são propriedades suas e de seus asseclas, usam a coisa pública como se fosse sua propriedade particular, usufruindo dela para seu próprio benefício, sem culpa ou remorso, é o poder, que depois do dinheiro é o maior dos males da humanidade.

Mas na realidade o que falta ao ser humano é Deus em suas vidas, o homem, sem exceção acha que pode resolver a sua vida por si próprio, é neste ponto que ele cai no abismo, é aí que sua vida degenera-se, quando ele tenta fugir do crivo das coisas sagradas e pensa que pode agir conforme suas próprias leis e preceitos. Esquece-se de que toda lei é baseada nas escrituras sagradas, não precisaríamos de outras leis, temos simplesmente que obedecer aos dez mandamentos de Deus, que é o princípio de todas as leis criadas pelo homem.

Enfim, falta-nos algo, falta-nos solidariedade, respeito, disciplina e cidadania, entre outras coisas, o desejo sincero de obedecer antes de ser obedecido.

Pensemos um pouco em nossos semelhantes, analisemos nossas atitudes para com eles, reflitamos no que temos feito e ficaremos envergonhados conosco.

Sejamos generosos, cumpramos antes com nossos deveres de cidadãos, depois de faze-lo, então tomemos posse de nossos direitos. Certamente a sociedade e o mundo serão bem melhores.

Acreucho
Enviado por Acreucho em 03/06/2007
Código do texto: T512107