A EDUCAÇÃO DEIXOU DE SER O TEMA
Então veio o susto. Na verdade um susto de mentirinha. São poucos, e no governo menos ainda, aqueles que estão interessados e preocupados com os rumos da educação brasileira.
Cada Ministro da Educação novo que assume promete uma revolução. Cid Gomes chegou com o status de ter elevado o nível educacional do Ceará. O que convenhamos não representa nada. Fato é que todo o novo ministério de Dilma Rousseff não representa nada. O país está precisando de muito mais.
Vi uma foto de novo ministro. Atrás dele estava escrita uma frase emblemática usada pelos governos petistas. “País rico é país sem pobreza” Esta frase deveria ter um complemento. “País rico é um país sem pobreza e sem analfabetos funcionais” E desses a educação brasileira está fabricando aos milhares. Ou seria aos milhões?
Uma doutora em educação da PUC-Rio, disse que “meio milhão de estudantes com nota zero em redação é absurdo”. Não é apenas absurdo. É preocupante e assustador também. Isso sabendo apenas os zerados. Acho que o absurdo esconderia uma catástrofe ainda maior se soubéssemos o número de estudantes que não alcançaram média cinco em redação.
Estranhamente houve aqueles que tentaram encontrar o culpado no tema da redação. Uma prova de que os analfabetos funcionais não estão apenas entre os nossos estudantes.
Talvez, o primeiro movimento retrógrado da nossa educação começou com a minha geração, ainda na Ditadura Militar. De péssimo a ótimo, de repente, nos transformaram em meros conceitos. E isso não foi o pior. No final do ano, o péssimo e o ótimo passavam juntos para a série seguinte. A reprovação foi sumariamente abolida.
E se a qualidade do nosso ensino médio está abaixo da crítica, o ensino superior fica no mesmo patamar. Nossas universidades assustadoramente começam apresentar outras especialidades. Festas regradas com bebidas e drogas. Com algumas mortes. Qual seria o resultado de um ENEM do ensino superior? Sem o uso de maconha.
O que esperar de um país, aonde um ministro idiota acusa Monteiro Lobato de ser racista. Só ele é capaz de enxergar a cor negra da tia Anastácia, e fazer apologia. Os leitores infantis dessas obras não estão nem aí para a cor de algum personagem.
Ou do site Globo.com. Que ao fazer uma reportagem sobre as notas mil da redação, estampou as fotos de apenas três moças lindas. Ficou a impressão que nota mil é simplesmente sinônima de beleza. Misturar beleza com cultura não é o caminho.