Charlie Hebdo - brutal idiotice
Em árabe, Islã significa "rendição" ou "submissão" e se refere à obrigação do muçulmano de seguir a vontade de Deus. Atualmente, o islamismo é a religião que mais cresce no mundo. São 16% a mais de fiéis a cada ano. O número de seguidores já é maior que o do cristianismo e já passou da casa de 20% do total de habitantes do planeta.
Há uma concordância que afirma que desses 1,1 bilhão de fiéis mulçumanos, apenas uma expressiva minoria segue uma interpretação rigorosa do Islã. Apenas uma fração é adepta da violência: composta por extremistas radicais fanáticos fundamentalistas terroristas. Mas quanto seria tal expressiva minoria? Em números seria algo em torno de 0,005% - ou 55.000 fiéis? Número considerável de soldados de Maomé espalhados pelo mundo capazes de promoverem o terror, capazes de estrondosos estragos.
Logo, até que ponto pode ser aceitável tal concordância e levanto a questão em que até que ponto insultos podem ser considerados como liberdade de expressão?
No Brasil um pastor evangélico chutou uma imagem católica e tal ato foi considerado como insulto - A agressão verbal e física a imagem provocou forte indignação nos católicos. Houve queixas na polícia e na justiça contra o pastor. Promotores de Justiça e pessoas comuns acionaram judicialmente o pastor em vários fóruns, sob alegação de crimes como vilipêndio e desrespeito ao direito fundamental constitucional da liberdade de culto. Durante vários dias, as cenas dos chutes e os desdobramentos judiciais do caso ficaram nos noticiários.
Joãosinho Trinta com Ratos e Urubus, Larguem a Minha Fantasia no desfile da Beija-Flor no carnaval de 1989, gerou controvérsias com a Igreja Católica ao tentar levar ao desfile uma imagem do Cristo Redentor caracterizado como mendigo. Considerado como insultgo a imagem foi censurada (proibido de aparecer por conta de uma ação judicial impetrada pela Igreja) e passou pela Avenida Marquês de Sapucaí coberta por um plástico preto.
Recentemente, o humorista Danilo Gentilli ao comentar a desistência do governo de São Paulo de fazer uma estação de metrô na Avenida Angélica, na região de Higienópolis, bairro nobre do centro de São Paulo em que os moradores eram contra a estação que traria ao bairro mendigos e gente diferenciada, fez piada (com referência explícita ao Holocausto) com o fato da região concentrar grande número de judeus.
Considerado como um insulto, a Federação Israelita do Estado de São Paulo divulgou nota em que pedia para não replicarem e para não responderem ao humoristas, pois apenas ajudaria na divulgação do insulto. A equipe jurídica da Federação Israelita anunciava que estava tomando as devidas medidas para que os envolvidos fossem punidos pela Justiça.
A mudança nos planos de construir a estação no bairro de classe alta ocorreu depois de pressões da Associação Defenda Higienópolis - Os moradores temiam o crescimento de "ocorrências indesejáveis" - ou seja, da violência.
O humorista chegou a apagar a mensagem, mas o recuo gerou ainda mais fuzilamento ofensivo a sua pessoa.
Felizmente por aqui as agressões até agora foram verbais e os considerados insultados buscaram a justiça. Duvido que algum religioso, chargista ou piadista brasileiro ousem brincar com o Islã.
Creio que as ações dos terroristas contra a revista satírica francesa Charlie Hebdo não foi algo elaborado por alguma célula organizada que estava já programado. Creio que foram ações individualistas de 5 fanáticos que se sentiram desafiados pela revista (em recente número, dedicado ao escritor Michel Houellebecq, contém em suas páginas uma charge assinada pelo diretor da publicação, Charb, considerada pelo mundo afora como premonitória, com desenho de um jihadista abaixo de uma manchete: 'França continua sem atentados'. A caricatura, com o dedo indicador apontado para cima, responde a essa notícia: 'Espere! Temos até o final de janeiro para apresentar nossos desejos'). Considero tal desenho como brutal idiotice que custou a vida de várias pessoas, entre elas, pessoas que não tinham nada a ver com a revista.
Em 2011, Paulo Caruso havia elaborado um desenho para uma das principais revistas semanais do país em que era possível interpretar que os cartunistas da Charlie Hebdo estavam cutucando a onça com vara curta.
Enfim... a ação dos terroristas contra a revista Charlie Hebdo ganhou comoção no mundo mas pouca repercussão tem as brutais ações de terror islâmico na Nigéria e em vários países da África. As ações terroristas da milícia radical islâmica Boko Haram que sequestraram mais de 200 nigerianas caíram no esquecimento global.
Mas não era só com as religiões que os cartunistas da Charlie Hebdo brincavam, ou como consideram alguns, insultavam.
Como a charge do nascimento da filha do ex-presidente francês Sarkozy onde Carla Bruni é caricaturada dando a luz a uma diarréia, com os dizeres “é a cara do pai”.
É perceptivel notar nos desenhos das figuras religiosas dos cartunistas com traços faciais de perfeitos idotas. No Brasil, os militares, principalmente os da ditadura, são caricaturados com expressões de cruéis opressores. Já os politicos, são caricaturados com traços obesos e engraçadinhos. Como a de Lula e Dilma que lembra a dentucinha Mônica de Mauricio de Souza. Não são caricaturados com traços faciais de velhacos que verdadeiramente os são.