Navalha na carne: A dor de uma sociedade.

São 663 atos secretos, são dezenas de "agentes secretos", são milhões de brasileiros, reféns indignados do “olho curto da justiça”. São juizes, são desembargadores, são diretores, são políticos: todos ”eleitos”, por bicheiros, por empreiteiras, por acordos políticos e tudo, pelo “voto direto”, de modo indiscreto, “totalmente secreto”. Todos cúmplices, de acordos esdrúxulos feitos em gabinetes luxuosos, quem sabe em festinhas íntimas, regadas a muita bebida, com mesa farta de boas comidas; tudo em abundância, com cifras milionárias sendo leiloadas, "doadas" a todo instante e saldos bancários sendo engordados a cada lance, a cada garrafa; coitado do tesouro nacional, vítima desses piratas modernos de colarinho branco e mãos sujas, que usam a impunidade como espada. Eles usam o cargo, a caneta e o papel para roubar. A diferença.... é que não usam armas para assaltar e matar. Eles têm amigos poderosos, parentes bem relacionados, políticos influentes, bons advogados, que juntos, todos numa mesa qualquer, celebram o habeas corpus festivo e descansam em foro privilegiado, a diferença.... é que não são condenados, presos, ou assassinados em ações da polícia. O caráter criminoso, no entanto, é comum aos dois grupos de facínoras. E no meio de toda esta imoralidade, toda esta insegurança e bandidagem, vive, está a sociedade brasileira: atônita, acuada, refém do olho curto e turvo da justiça, alvo entre tantas outras coisas: de balas perdidas e de injustiças.

Haja navalha para cortar tanta carne podre, haja vassoura para varrer tanta sujeira, haja água para lavar tanta roupa imunda.

É hora de invadirmos as ruas, as urnas e exigirmos e fazermos justiça; nós temos que defender a nossa honra, a nossa dignidade, o nosso futuro.

Somos, todos, reféns das injustiças dos tribunais, da voracidade dos políticos canibais, da violência do caos “social”; Vivemos em meio a um fogo cruzado, onde os nossos direitos diariamente são baleados, vítimas de ações fraudulentas e violentas de “autoridades” e marginais. Basta! Precisamos fazer alguma coisa, precisamos reagir!

Nos fecharmos em grades de ferro dentro da nossa própria casa e altearmos o muro do nosso jardim: não resolve, apenas nós nos isolamos do mundo escondemos a beleza das nossa flores e como loucos confinados num hospício, viveremos e morreremos a espera da salvação....

Marcos Cavalcanti

Cavalcanti
Enviado por Cavalcanti em 30/05/2007
Reeditado em 24/06/2009
Código do texto: T506996