QUANDO JUIZ É “DEUS” (continuação)
Para acrescer a tese supra-titulada- “QUANDO JUÍZ É “DEUS”...esse fato sacrossanto faz me lembrar quando era Delegado de Polícia numa cidade do Interior de São Paulo,onde fiquei por anos,preparando-me,por óbvio para sair da carreira por “incompatibilidade de gênio”,com a instituição.
Explico: entrei na Polícia um dia pensando em sair, a fim de realizar um outro concurso público que –a bem da verdade- enquanto esse cargo seria até importante para a sociedade e ao vulgo, a Polícia é mais “ temida que respeitada”...Além, não estava ao longo de quase 10 anos acomodado nesse cargo que curiosamente tinha um fenômeno interessante: você era sempre ao final do ano lembrado e sempre recebia presentes de “amigos”,empresas e até desconhecidos... A bem da verdade, esse fato nunca chegou a massagear o meu ego,eis que já conhecia o comportamento humano: ou seja: não era presenteado o “delegado de polícia” e sim o “ cargo de delegado de polícia”...
Tanto isso é verdade, que na década de oitenta,após rigorosíssimo concurso público nacional, quando estudava dia e noite e ainda também era professor universitário da UNICAMP.o fenômeno da “caridade” natalina se encerrou... E, nada, mais nada recebia...nem mesmo cumprimentos, a não ser de faxineiros da rua em época que eles sim merecem sempre as nossas atenções...e respeito.
Como Procurador Federal da União e com função em São Paulo-Capital- Aí,"adeus" presentes,lembranças e coisa e tal.Tudo sumiu...todos os “beneméritos” desapareceram...
Digo isso, e adianto já que não me admirei nada com isso, eis que como fui antes jornalista profissional, essa profissão da comunicação é ligada ao conhecimento da alma e das fraquezas humanas...A gente acaba entendendo um pouco do comportamento e da atitude dos homens.Interesse.
Então, de antemão: quero adiantar e informar mesmo a destempo aos que no passado me presentearam com garrafas e garrafas de whisky,importadas,todas elas,não tomadas foram perdidas,estragadas,pois as coloquei sobre os armários que recebiam o calor solar...Foram,então perdidas,estragadas,jogadas no lixo.Nunca abri alguma durante anos...
Por outro, há Delegado de Polícia que se acha também "DEUS".
Entretanto, esse não é o assunto principal do título da crônica,embora o fato seja verdadeiro.
Como diretor do presídio,isso na década de 70, a cadeia com prédio recém construído, que deveria abrigar 60 presos já havia mais de 120 e tinha que administrar essa “Casa de Noca”.Curioso é que o preso é da JUSTIÇA, mas o “abacaxi”,ou seja a cadeia, é da Segurança Pública,sob supervisão do Judiciário.
Ocorre que havia um Juiz Corregedor que- por obrigação anual- tinha que fazer inspeção e visitar os presos e, o ilustre Magistrado, ao chegar na minha sala,acompanhado de um competente escrevente dizia:
“Você vai até aos presos e anote o que eles querem para depois a gente tomar as providências.... Estou me sentindo mal...”
Sempre, anualmente, o ilustre e eminente Magistrado nessas visitas, na condição oficial de Corregedor dos Presídios, “sentia-se mal”... e lá ia o escrevente fazer aquilo que era por regra o seu dever.Ouvir presos...Um saco.
O tempo passou... o Meritíssimo mais tarde foi promovido a Desembargador no Tribunal de Justiça de São Paulo e,hoje,provavelmente, goza de merecida aposentadoria.
Eu, delegado de polícia tinha contato diário com numerosos presos,assim “olho no olho”.Todos amontoados e sem assistência médica nenhuma. Os presídios brasileiros há tempos são conhecidos no mundo inteiro.Tem de tudo desde tuberculose,sarna,AIDS. Até assassinatos, sem autorias...mesmo dentro da cela...(sic).Hoje,o Presídio de Pedrinhas,no Estado do Maranhão é nosso Itamaraty,ao contrário...é os Ministério das Relações Exteriores da vergonha nacional,lá fora.
***Mais tarde, casualmente, fazendo teste de tuberculina, a enfermeira –noutro dia- chegou e olhou para mim e disse:
“O senhor teve contato com algum tuberculoso...Só que seu organismo reagiu bem e o senhor hoje não tem nada”.
Agora pergunto:
Esse Juiz Corregedor,depois Desembargador devia ter alguma intimidade com o Grande Arquiteto do Universo, que é DEUS? Até onde sei, jamais teve tuberculose...
Pelo andar da carruagem: ele era também DEUS...
Eu não sabia!
Para acrescer a tese supra-titulada- “QUANDO JUÍZ É “DEUS”...esse fato sacrossanto faz me lembrar quando era Delegado de Polícia numa cidade do Interior de São Paulo,onde fiquei por anos,preparando-me,por óbvio para sair da carreira por “incompatibilidade de gênio”,com a instituição.
Explico: entrei na Polícia um dia pensando em sair, a fim de realizar um outro concurso público que –a bem da verdade- enquanto esse cargo seria até importante para a sociedade e ao vulgo, a Polícia é mais “ temida que respeitada”...Além, não estava ao longo de quase 10 anos acomodado nesse cargo que curiosamente tinha um fenômeno interessante: você era sempre ao final do ano lembrado e sempre recebia presentes de “amigos”,empresas e até desconhecidos... A bem da verdade, esse fato nunca chegou a massagear o meu ego,eis que já conhecia o comportamento humano: ou seja: não era presenteado o “delegado de polícia” e sim o “ cargo de delegado de polícia”...
Tanto isso é verdade, que na década de oitenta,após rigorosíssimo concurso público nacional, quando estudava dia e noite e ainda também era professor universitário da UNICAMP.o fenômeno da “caridade” natalina se encerrou... E, nada, mais nada recebia...nem mesmo cumprimentos, a não ser de faxineiros da rua em época que eles sim merecem sempre as nossas atenções...e respeito.
Como Procurador Federal da União e com função em São Paulo-Capital- Aí,"adeus" presentes,lembranças e coisa e tal.Tudo sumiu...todos os “beneméritos” desapareceram...
Digo isso, e adianto já que não me admirei nada com isso, eis que como fui antes jornalista profissional, essa profissão da comunicação é ligada ao conhecimento da alma e das fraquezas humanas...A gente acaba entendendo um pouco do comportamento e da atitude dos homens.Interesse.
Então, de antemão: quero adiantar e informar mesmo a destempo aos que no passado me presentearam com garrafas e garrafas de whisky,importadas,todas elas,não tomadas foram perdidas,estragadas,pois as coloquei sobre os armários que recebiam o calor solar...Foram,então perdidas,estragadas,jogadas no lixo.Nunca abri alguma durante anos...
Por outro, há Delegado de Polícia que se acha também "DEUS".
Entretanto, esse não é o assunto principal do título da crônica,embora o fato seja verdadeiro.
Como diretor do presídio,isso na década de 70, a cadeia com prédio recém construído, que deveria abrigar 60 presos já havia mais de 120 e tinha que administrar essa “Casa de Noca”.Curioso é que o preso é da JUSTIÇA, mas o “abacaxi”,ou seja a cadeia, é da Segurança Pública,sob supervisão do Judiciário.
Ocorre que havia um Juiz Corregedor que- por obrigação anual- tinha que fazer inspeção e visitar os presos e, o ilustre Magistrado, ao chegar na minha sala,acompanhado de um competente escrevente dizia:
“Você vai até aos presos e anote o que eles querem para depois a gente tomar as providências.... Estou me sentindo mal...”
Sempre, anualmente, o ilustre e eminente Magistrado nessas visitas, na condição oficial de Corregedor dos Presídios, “sentia-se mal”... e lá ia o escrevente fazer aquilo que era por regra o seu dever.Ouvir presos...Um saco.
O tempo passou... o Meritíssimo mais tarde foi promovido a Desembargador no Tribunal de Justiça de São Paulo e,hoje,provavelmente, goza de merecida aposentadoria.
Eu, delegado de polícia tinha contato diário com numerosos presos,assim “olho no olho”.Todos amontoados e sem assistência médica nenhuma. Os presídios brasileiros há tempos são conhecidos no mundo inteiro.Tem de tudo desde tuberculose,sarna,AIDS. Até assassinatos, sem autorias...mesmo dentro da cela...(sic).Hoje,o Presídio de Pedrinhas,no Estado do Maranhão é nosso Itamaraty,ao contrário...é os Ministério das Relações Exteriores da vergonha nacional,lá fora.
***Mais tarde, casualmente, fazendo teste de tuberculina, a enfermeira –noutro dia- chegou e olhou para mim e disse:
“O senhor teve contato com algum tuberculoso...Só que seu organismo reagiu bem e o senhor hoje não tem nada”.
Agora pergunto:
Esse Juiz Corregedor,depois Desembargador devia ter alguma intimidade com o Grande Arquiteto do Universo, que é DEUS? Até onde sei, jamais teve tuberculose...
Pelo andar da carruagem: ele era também DEUS...
Eu não sabia!