TOPONÍMIA DE UBAITABA
TOPONÍMIA DE UBAITABA
LUBIÃO MAGNO- Historiador/Engº Agrº-Ufba
E-mail: Faz.magno@gmail.com
Toponímia é a divisão da onomástica que estuda os topônimos, ou seja, nomes próprios de lugares, da sua origem e evolução; é considerada uma parte da lingüística, com fortes ligações com a história, arqueologia e a geografia. A palavra é derivada dos termos gregos τόπος (tópos), lugar, e ὄνομα (inoma), nome, literalmente, o nome de um lugar. Além dos nomes de localidades (cidades, vilas, municípios, províncias, países etc.), a toponímia estuda os hidrônimos, nomes de rios e outros cursos de água; os limnônimos, nomes de lagos; os talassônimos nomes de mares e oceanos; os orônimos, nomes dos montes e outros relevos; os corônimos, nomes de subdivisões administrativas e de estradas, entre muitos outros.
Quando um topônimos está associado a um local determinado, pode se utilizar o termo Geonimia,uma divisão da Geografia que estuda os topônimos associados a uma determinada coordenada geográfica. Existem várias formas de classificar os topônimos, para nosso estudo nos interessa pelo idioma de origem ou seja o Tupi-guarani. Existem dois tipos: os utilizados pelos próprios indígenas que sobreviveram, e os modernos, numa utilização tardia do idioma tupi-guarani. Desde que José de Alencar colocou sua índia idealizada a suspirar a volta do navio com seu amado (Praia de Iracema, Fortaleza - Ceará), muitos eruditos utilizaram termos ameríndios para nomear localidades, como alguns dos radicais mais comuns em tupi-guarani são para- (rio), -í ou 'I- (água), Ita- (pedra, morro, montanha), Ibi- (madeira, árvore), Pira- (peixe), Guira- (pássaro), -úna (preto, negro), -piranga ou -pitanga (vermelho), -tinga (branco), -obi (azul), -guaçu (grande), -mirim (pequeno), -atã (duro), -catu (bom), -panema (ruim), -bira (empinado, ereto, erguido), -sununga (barulhento) e -tiba (lugar cheio de...)
Taboca: s.f. Bras. O mesmo que bambu ou taquara. Bras. (NE) Gomo de bambu cheio de pólvora, para a fabricação de foguetes. Espécie de formiga. Bras. (BA) Espécie de doce seco. Pequena casa de negócio; venda, vendinha,Vendola, Biboca.
Itapira: Existem duas versões sendo a primeira a mais aceita como, Ita: Pedra, Pira: fogo, quer dizer Pedra de Fogo. A segunda versão é Ita: (pedra, morro) pira: (ponta, penhasco, isto é,” ponta de pedra” ou “pedra pontiaguda”.
Ubaitaba: Há duas versões a primeira é Uba: Ôca, Ita: Pedra e Taba: Aldeia ou seja “Aldeia da pedra ôca “ a segunda versão é Ubá: s.f. Bras. Canoa usada pelos índios, fabricada de um só tronco ou casca de árvore, e sem quilha; igara, montaria. Planta herbácea, utilizada na fabricação de cestos e balaios. S.m. Espécie de gramínea. canoa; árvore usada para fazer canoas (canoa) I: água - pequeno - fino - delgado – magro, Taba: Aldeia, Aldeamento. Aldeia de índios.fs.f. Resumindo: Ubaitaba: “Aldeia em que o transporte é realizado por pequenas canoas” ou “Aldeia ou cidade onde o transporte é feito por canoas”.
Faisqueira: s.f. Peneira de madeira em forma de alguidar para lavar as areias auríferas ou cascalho diamantífero. Sítio onde se encontram faíscas de ouro. Pequena mina de ouro. Bras. Cascalho abandonado junto ao barranco das minas já lavradas.
Piraúna: sf. (tupi pirá úna, peixe preto) Acari, s.m. Bras. Nome de diversos peixes de água doce; cascudo.
Rio de Contas: ou Jussiape, dos indígenas é, historicamente, o rio de São Julião dos cronistas espanhóis. Segundo as normas ortográficas vigentes da língua portuguesa, este topônimo deveria ser grafado como Juciapê. Prescreve-se o uso da letra "c" para palavras de origem tupi. O nome vem do tupi lugar onde a caça bebe água (referindo-se ao Rio das Contas). Ao longo dos anos, a grafia foi alterada de juciapê para "Jussiape". Rio de Contas ou das Contas? Aristides Milton, nas Efemérides Cachoeironas, p. 159, diz em nota: – Digo Rio das Contas e não Rio de Contas, como no entanto é de uso quase geral. O rio aludido não é cheio de contas, nem poderia ser formado por elas. Mas, como era á beira dele que os interessados na mineração do ouro se reuniam, nas épocas prefixadas, para ajustar as suas contas e fazer respectivos dividendos, o rio naturalmente ficou denominado o Rio das Contas. Segundo Borges de Barbos (Na. do Arch. Publ. do Estado da Bahia, II, p. 47) tal nome lhe foi aplicado devido a se encontrarem no seu leito umas pedras redondas e azuladas, idênticas às que corriam na Ásia como dinheiro, Guimarães Cova (Terra Prodigiosa, p. 14) apresenta esta variante da opinião de Aristides Milton: – Os mineradores recebiam os seus salários num certo ponto de suas margens, onde se acertavam as contas, por isto eles diziam: lá no rio das contas. Explica Vilhena (II, p. 530) a origem do topônimo pela história de dois religiosos que, chegados à margem do rio, tinham de transpô-lo para a outra banda, onde viram grande número de índios ferozes. então qualquer deles disse ao companheiro, aludindo à possibilidade de serem massacrados: – Hoje, meu irmão, iremos a contas.