Por que não aceitamos a felicidade?
Amigos,
Desde que nascemos, buscamos a insatisfação. Perseguimos o algo inconquistável, que escolhemos como objetivo de vida, ou de momento, e lhe creditamos, de imediato, a mais alta importância. Passamos a focar prioritariamente isso.
Talvez seja essa a razão da vida. Se não o fosse, inexistiria o amanhã. Se hoje tivéssemos tudo e nada mais quiséssemos, esvaziar-se-ia o futuro para nós. O que nos mantém destemidos nesta trilha, é algo que tanto anseamos, mas quando a conseguimos, inexplicavelmente, damo-lhes um novo nome. Falo da felicidade.
Se lutamos pela paz e esta nos representa a felicidade, quando a conquistamos, denominamo-la monotonia. Se sermos felizes significa termos dinheiro, quando o temos, o sentimento é de um incomensurável vazio, ambição, depressão e materialismo. Se é o amor que nos traz a felicidade, ao sentirmos, procuramos o desejo e saboreamos a traição.
Existe um campo magnético entre a nós e a felicidade, que os repele. Um busca o outro, que foge. E continua a buscar, perseguir. E quando a prende nos braços, ela se solta. Voa. Paira. Vai aonde não sabemos e para onde insistimos perseguir. E assim é para muitos.
A felicidade não é algo que temos, mas que nos tem. Não é concreto, muito menos estático. É um momento. Tem vida própria. Sua duração é psicológica, atemporal. Pode ser de anos e representar segundos, ou o contrário. O que a define é a intensidade com a qual se vive, se aproveita, se entrega.
Não procrastinemos o prazer de sermos felizes. A felicidade não virá amanhã, ou daqui a um ano. Se o fizermos, escolheremos por conviver e saborear com sua irmã má, a infelicidade. Aquela pode estar do nosso lado agora, passando por nós ou até pedindo a passagem. Pode até estar nos permitindo escolher tê-la ou descartá-la.
Se vc ainda insiste em pensar assim, correrá atrás da felicidade como um cão à sua cauda...