ESPIRITUALIDADE E RELIGIOSIDADE

Tem muita gente que frequenta uma dada religião, achando que, pelo simples fato da presença assídua, já está salvo, que já faz parte dos que serão escolhidos para viverem no Reino de Luz Eterno no momento da morte física ou do desenlace carnal. Inglória ilusão! Em primeiro lugar, o espírito tem uma trajetória longa, que se estende quase ao infinito, concernente à sua plenitude evolutiva. Segundo a espiritualidade superior, são necessárias mais de cem encarnações, sem contar os intervalos entre uma e outra, quando ele se encontra na erraticidade, para poder se considerar um espírito evoluído em seu sentido de pureza moral. Para se ter uma ideia dessa longa caminhada evolutiva, só Jesus e os Anjos, já alcançaram esse grau de perfeição moral; e é por isso que nos lideram e nos conduzem espiritualmente, assim como os espíritos superiores, de evolução mediana, com o fim de nos preparar gradualmente, para sairmos de nossa inferioridade consciencial à próxima etapa regenerativa e assim por diante... Mas esse conceito varia de religião a religião! Sendo assim, é relevante, sensato e essencial que cada um, ao invés de considerar-se religioso, busque considerar-se espiritualista; porque a meu ver, a expressão "religião", que significa "religar-se a Deus", na verdade, está bem desgastada em suas supostas boas intenções doutrinárias e dogmas específicos; visto que, limita a alma aprendiz às condições de vida terrena, abarrotada de rótulos religiosos que impelem mais aos defeitos morais e aos vícios mundanos, do que as virtuosidades que edificam e elevam a consciência ao estado gradativo de depuração moral; sem contar que, a Palavra de Deus, na fala dos líderes religiosos, virou produto mercantilista, valendo-se da ignorância e desespero do povo, para beneficiar-se economicamente de forma mercenária e mesquinha. Portanto, as diversas religiões que existem no planeta, fruto da criatividade defeituosa da alma terrestre que evolui, servem apenas para confundir e dificultar mais ainda o processo evolutivo de quem ainda é inferior moralmente. Ao passo que, ao considerar-se espiritualista, que significa crer no Criador, Causa Primária e Inteligência Suprema, que produz, em sua ação incessante, o efeito de tudo existente no Universo; e na preexistência, existência e sobrevivência eterna da alma; a alma aprendiz desvincula-se dos rótulos religiosos impuros, universaliza a sua compreensão baseada nas Leis Naturais e Morais de Deus, conseguindo desse modo, libertar-se dos preconceitos religiosos mundanos, para ocupar-se essencialmente com a sua aprendizagem evolutiva à vivência providencial nas diversas encarnações, no sentido da subtração paulatina dos defeitos, mediante a adição das virtudes morais na essência espiritual. Por outro lado, a despeito da forma desgastada e interesseira que os líderes religiosos conduzem as religiões, usando os seus seguidores erroneamente, para satisfazerem as suas mais variadas intenções orgulhosas e egoístas, em detrimento das atitudes humildes e caridosas, estimulando mais o mal e o ódio a si e ao próximo, do que o bem e o amor; é bem mais saudável estar num ambiente religioso, no qual se consegue ouvir e compreender um pouco, o sentido de edificação interior que toda alma precisa para evoluir, ao invés de estar em ambientes viciosos de promíscuos desregramentos que geram a sustentação de inferioridade da alma humana. Considerando que, em sua ignorância moral, a alma aprendiz, pelo livre-arbítrio, tenha que vivenciar o bem e o mal, para purificar-se aos poucos, nenhum ambiente terreno escapa da ação de aprendizagem defeituosa da alma, nem mesmo os ambientes religiosos, onde, teoricamente, se aprende a ouvir, compreender e exercitar a Palavra de Deus de modo espontâneo, para cumprir uma trajetória de edificação espiritual cujo êxito, dependerá do grau consciencial de cada um, conforme o uso do seu livre-arbítrio. O espiritualismo é universal e está inserido em todas as religiões; até mesmo nas tais religiões materialistas ligadas ao ateísmo. Porque são três, os elementos constituintes do Universo: Deus, Espírito e Matéria! Os três estão intimamente ligados. O espírito vai estar sempre vinculado à matéria e vice-versa, em seus vários graus evolutivos. E Deus, como a Energia Inteligente Universal, vai estar eternamente presente nesses dois princípios inseparáveis, espiritual e material, como Causa Incessante, produzindo os variados efeitos energéticos que conhecemos e os que não conhecemos, proporcionando o encadeamento de unidade cósmica, para que tudo e todas as coisas sejam criadas e recriadas ininterruptamente mediante o Comando Supremo do Criador! Pessoalmente, eu prefiro ser espiritualista do que religioso, porque a religiosidade me condiciona aos dogmas específicos de cada religião, além de limitar a minha abrangência no conhecimento das coisas em nível universal. Já o exercício da espiritualidade me proporciona um amplo e contínuo conhecimento, isento de dogmas, preconceitos e rótulos mundanos; me liberta para exercê-la livremente em qualquer ambiente onde possa estar; sozinho ou interagindo com o próximo; pela meditação, pela introspecção, pela prece, pelas ações virtuosas compartilhadas, sempre condicionando a consciência ainda inferior, ao plano elevado de busca evolutiva, para que possa absorver e semear os bons pensamentos, os bons sentimentos, as boas vibrações e irradiações, num contato espiritual direto com Deus, com Jesus, com os Bons Espíritos e Mentores Espirituais; num esforço natural benévolo de esvaziar o carro consciencial ainda com um dado acúmulo de impurezas, para preenchê-lo com boa vontade no bom uso do livre-arbítrio ao longo das sucessivas encarnações, das purezas morais que conduzem o espírito, gradativamente, à plenitude evolutiva.

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 13/11/2014
Reeditado em 11/03/2017
Código do texto: T5033965
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.