MODELOS DE GESTÃO EMPRESARIAL - PANORAMA BRASILEIRO

A Antropologia, focada como ciência social, dirige o estudo do homem enquanto integrante de grupos organizados e nos permite, dentre tantas aplicações, avaliar a cultura brasileira e a influência dos modelos estrangeiros na nossa gestão empresarial.

Como premissa de uma análise do estilo brasileiro de administrar suas organizações, temos um modelo de estabelecimento de poder baseado na hierarquia e na subordinação e, ainda, o papel das relações pessoais como diferenciais. Eis, que o paternalismo é o traço característico e predominante desse estilo de gestão, já que ele é a síntese de tudo isso.

Se compararmos o estilo brasileiro de administrar com os modelos americanos e japoneses, estaremos diante de um grande contraste, pois cada um apresenta suas peculiaridades. Enquanto o Brasil desenvolve o paternalismo, entre os americanos prevalece o mesmo código cultural, onde cada cidadão exerce independentemente seu poder e é respeitado e tratado com igualdade, já no estilo japonês prevalece à totalidade social sobre as partes, aliada a uma estratificação hierárquica.

A despeito das nossas singularidades sociais e culturais, que potencializam o nosso estilo de administrar organizações, é preciso ressaltar que estamos abertos às influências externas desde o Brasil Colônia, quando de Portugal recebemos o idioma e o estilo de vida europeu, na grande miscigenação de raças e culturas que originou o nosso país. Nos dias de hoje, não poderia ser diferente, estamos ainda mais abertos, pois a globalização criou um mundo sem fronteiras, com um expansivo comércio global e uma competição internacional acirrada.

Neste novo panorama mundial, algumas organizações brasileiras copiam modelos de gestão internacionais, aliando técnicas e procedimentos à cultura organizacional já vigente, numa verdadeira aculturação.

A controvérsia de se adotar indiscriminadamente modelos e paradigmas alheios surge quando as organizações negligenciam a realidade na qual estão inseridas, talvez por simples fixação com o que é estrangeiro, ou para se tornarem mais competitivas. É, também, imprescindível levar em consideração o cabedal intelectual no âmbito institucional, a experiência empírica, a situação econômica do país e, sobretudo, o mercado no qual as organizações estão inseridas, para que se tome a decisão adequada quanto a importar idéias produzidas em outros países.

Cabe aos administradores, bem como aos gestores em geral, orientarem as organizações diante dos desafios e dos benefícios da modernidade, adequando todos os recursos institucionais, sejam eles materiais ou humanos, aos novos paradigmas da realidade internacional, sem negligenciar a busca de soluções e de modelos puramente nacionais.

G Matos
Enviado por G Matos em 25/05/2007
Reeditado em 13/08/2009
Código do texto: T501378
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