Refinarias da Petrobras. Um negócio da “China ou de Grego” para o Brasil ?
Desde a data de 10 de maio deste ano, quando foi assinado o documento de venda das duas refinarias da Petrobrás, instaladas em território boliviano, para a própria Bolívia, por intermédio da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos, o presidente Evo Morales, daquele país, deve estar sorrindo a todo o momento pela vitória de sua decisão política.
De nossa parte, o presidente da Petrobrás José Sérgio Gabrielli, em entrevista à Revista VEJA (edição nº 2008, de 16-05-07), mostrou-se otimista pois, indagado se havia feito um bom negócio, respondeu afirmativamente. Segundo Gabrielli o valor de RS 112 milhões de dólares( preço real de venda) concretizou uma boa venda, adiantando que uma empresa vale pela sua projeção de caixa futuro.
Entretanto, representantes da estatal brasileira consideraram o preço irrisório, uma vez que cogitavam como sendo 200 milhões de dólares, o valor justo.
Embora o presidente Gabrielli acredite ter empreendido um negócio interessante para o nosso País, para o qual, conforme enfatizou, o que importa é o gás trazido de lá, o acontecimento para grande parte do povo brasileiro poderá ensejar a conotação de perda de mais um patrimônio nacional. A desculpa estratégica de Gabrielli é amparada no discurso de que “quando o mundo estiver vivendo uma nova era, movida a outro tipo de combustível, como o etanol, ainda haverá petróleo por aqui. Ele sobreviverá à era do petróleo, através do plástico e dos petroquímicos. Nossa visão é de longo prazo”.
De modo lamentável, conclui-se que o governo brasileiro utilizando-se da política da boa vizinhança e também para evitar conseqüências drásticas, cedeu às pressões de Evo Morales.
Somente o passar do tempo mostrará à Nação Brasileira se a venda das refinarias foi ou não um “negócio da China”, como tentou demonstrar o presidente Gabrielli.