NÓS TAMBÉM JÁ FOMOS JOVENS!

Uma das características da juventude é pensar: "A vida é minha e ninguém tem nada com isso"... Por isso, o jovem costuma pensar que tem governo e domínio de tudo o que acontece e, principalmente, do que acontecerá. É por isso que, em sua maioria, os jovens fazem projetos que contemplam, principalmente, o sucesso pessoal. É por isso que muitos dos jovens que conhecemos pensam em si mesmos, vivem para si mesmos e não fazem sérias reflexões sobre a finitude e a fragilidade da vida... Jovem costuma pensar que será "eternamente" jovem.

Mas, daqui, aproximadamente do meio da "fila da vida", observando aqueles que estão à minha frente nesta "fila", e também lançando olhares para os que estão lá bem atrás desta "fila", fico lembrando das palavras do Pregador, no Livro do Eclesiastes, que parecem ser a única preocupação da vida de juventude: "Alegra-te jovem... Recreie-se o teu coração... Anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos... " (11.9 - partes a e b).

Muito da juventude é buscar ser alegre; é andar por caminhos que satisfazem e recreiam o seu coração; e andar por caminhos que trazem agrado aos olhos. Muito da juventude é esquecer que no "amanhã" se estará "mais velho" do que no "hoje". Muito da juventude é pensar que o mais importante é o "viver" sem se preocupar com o "morrer"; afinal, segundo a "lógica" são os mais velhos que "morrem primeiro", chegam a comentar alguns jovens. Ledo engano, não? Podemos constatar esse engano pela observação do "pregador" que afirma que, em um certo dia, as contas serão ajustadas: "... Sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas" (11.9 - parte final). E o "pregador" ainda anuncia "... A juventude e a primavera da vida são vaidade" (11.10). Falando sobre esta finitude líquida e certa, o "pregador" inicia o capítulo 12.1: "Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer;". Esta sim, deveria ser a maior reflexão dos tempos da juventude! É sobre aquilo que fazemos, sobre aquilo que pensamos e sobre aquilo que temos e somos que devemos refletir... Em tempos de juventude, a reflexão deve ser: Tudo isso tenho feito de modo a agradar a Deus, o Criador? Os meus planos e projetos têm sido colocados diante de Deus? Meus passos, meu caminhar e minha trajetória estão de acordo com a orientação do Criador? Estas são reflexões a serem feitas antes que "cheguem o dia mal"; antes da conclusão de que tudo o que fizemos foi resultado de "vaidade" e "correr atrás do vento"...

Como epílogo, o "pregador" relembra-nos que "De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem" (12.13). E com excelente desfecho encerra o Livro do Eclesiastes: concluindo "... Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más" (12.14).

"Vaidade de vaidades, diz o pregador... Tudo é vaidade" (Ec1.2).

Graça e Paz!