DESTINAÇÃO DO HUMANO SER

Sou um “condenado ao pensar” e a Poética é minha voz interior, a fala da Confraternidade. Não consigo entender a Poesia como elemento de compreensão do mundo, se não como um hiato para o bem-estar de corpo e alma. Um entreato no decurso do viver e suas odiosas idiossincrasias, como a injustiça social, a desmesurada competição entre os atores do dia a dia, a exclusão do semelhante por razões de somenos e as vaidades tão comuns ao mundo da arte e seus atazanados criadores. Em regra, estas ações provêm dos menos esclarecidos, ainda que, por vezes, bem aquinhoados nas finanças. Aqueles que concebem o território do espiritual permissível ao consumismo, que ladra à solta como um cão de guerra do mundo real, e este – solerte intruso – avança dentro do universo da Arte. Enfim, a ampliação coletiva do exercício do Ego, que ao Outro prejudica e exclui. Estas são as principais razões que me levam a abordar a temática e a sugerir comportamentos cooperativos através do associativismo cultural, em especial o literário. Acredito no humano e a sua destinação neste plano: ser feliz em expressivos momentos. Alegra-me vir a contribuir, através de ações decorrentes da espiritualidade, aditando uma réstia de paz ao conturbado quotidiano. Sei que estes sonhos consumirão a mim e a outros, mas, por certo, tentaremos plantar rosas e luzes na árida estrada que leva à outra margem do Rio Profundo. Mesmo que não haja colheita a este tempo.

– Do livro O CAPITAL DAS HORAS, 2014.

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