Parlamento do Pica Pau - O Falatório - Questões de Tabuada
Questões de Tabuada
Segundo as estatísticas apresentadas pela Ai...Ai (Agência Internacional de Assuntos de Informação ), em dossier no Parlamento do Pica Pau, constata-se a cada vez maior inoperência do sistema de ensino, perante as actuais perspectivas de trabalho e perante os requisitos de empregabilidade do meio empresarial.
O fenómeno que tem vindo a ocorrer no reino de sua majestade, não é apenas localizado em Pica Pau, mas a nível global e caminha-se para um conceito de formação em que cada vez tem mais importância uma formação genérica em várias áreas das ciências, também estas cada vez mais abrangentes.
Cada vez mais, somos confrontados com problemas cada vez mais complexos e , não sendo um requisito que tenhamos de ser especialistas em tudo, temos pelo menos de conseguir compreender o problema e endereçá-lo aos correctos especialistas de cada área.
É desta questão que surgem cada vez mais necessidades de pessoas nas áreas de gestão de equipas e gestão de projectos. Hoje praticamente tudo é encarado como um projecto, para onde se prepara uma equipa para o executar. Neste campo, e dado que também a gestão de projectos se tornou uma ciência, é necessário que estas pessoas tenham competências nas áeas de gestão de recursos humanos, e nas áreas mais humanizadas de gestão das expectativas dos empregados, por forma a garantir a competetividade tão falada ultimamente, sem menosprezar a condição de seres humanos.
Fácilmente se retira daqui a complexidade que a formação adquire em muitas áreas, e a interligação das várias ciências, que entretanto também se foram autonomizando e evoluindo em termos de conhecimento e conceito.
O nosso meio empresarial tem necessidades de pessoas mais formadas e com formação mais abrangente, e as pessoas sentem essas necessidades mal se confrontam com o trabalho, e com os problemas que lhes são colocados.
Longe vão os tempos em que as ciências estavam bem delimitadas e para se ser doutor bastava saber a tabuada! Hoje não basta, e provavelmente nem será necessário sabê-la!
Ao olharmos para o ensino que temos devemos questionar-nos se estamos a passar nas escolas o tipo de formação necessária aos novos tempos. E eu apenas abordei o tema de problemas técnicos ou de questões que envolvem ciência. E em termos humanos ? Estamos a preparar os alunos para um ambiente de informação planetário? E para o complexo sistema social que temos e para as inúmeras armadilhas plantadas no tecido social?
E a nível de respeito pelos direitos humanos e de civismo estaremos a fazer tudo para conseguirmos passar a informação?
Já me apercebi que provavelmente não estamos a fazer tudo, mas também não valerá a pena apontar o dedo ao Estado. Podemos começar a olhar para o que fazemos com os nossos filhos , e avaliar se isso é o máximo que conseguimos.
Como dizia meu colega deputado Três Palmos, podemos não conseguir ensinar a tabuada, mas podemos ensinar a ter maneiras, a se comportar, a respeitar os outros, a ter sentido de civismo, a ter respeito pelos idosos e pelos mais velhos, a olhar as diferenças de côr e de religião como algo normal, porque todos somos diferentes!
É isto que se espera de cada um de nós , e depois podemos começar a apontar o dedo ao Estado, e mesmo assim será melhor ver bem se temos autoridade para levantar o dedo, ou se temos o rabo caçado!
Em conformidade com o exposto, serão reformulados os cadernos curriculares do ensino, para que o Pica Pau se prepare para o já presente e se encare melhor futuro!
Assinado e carimbado
O Escrivão Real
042 – O Quadrado da Hipotnusa
20/5/2007