Bate, bate, bate, coração!
Bate, bate, bate coração! Mais um, ou menos um? – O tempo passa e agente nem percebe! 74 anos sempre sentado na cabine do mesmo “avião”. Judiei muito com ele; foram tantos os “toques e arremetidas”. E sempre legal comigo.
Mas como eu tenho judiado com ele! Judiei com suas bombas de pressões! Com o fígado principalmente! Este, sim, tem razões de sobra para se vingar dos enormes sacrifícios a que foi submetido. O pulmão também; maltratado pelo fumo durante nem sei quantos anos. E a minha cabeça? – Ah! – minha cabeça! Esta bem que poderia vingar-se com seu cérebro, cérebro pecador até demais! Cérebro que tantas e tantas vezes “bolou” tantas e tantas memoráveis astúcias!
E o velho coração? -- Tuc-tuc-tuc -- Incansável! -- Este, sim! Este eu lhes garanto que nunca fez mal a ninguém! É bem verdade que muitas vezes foi fraco, foi mole, foi aflito; hoje chateado, amanhã feliz; ora medroso, ora corajoso. Mas sempre disposto a compreender os maus e a perdoar os poucos invejosos.
Um coração que nunca deixou de amar o canto pequenino onde nasceu e a carreira que abraçou. As estrelas dos meus tempos de menino continuam a marchar comigo, em rútilos, em inexoráveis tropéis! Sempre brilhando sobre mim quando declino, consolando-me nesta longa reta final.
O meu velho coração agradece a lembrança de todos vocês, e deseja a todos que seus velhos ou novos corações continuem batendo forte, incansáveis...
Coronel Maciel.