ONDE AS MULHERES NÃO VALEM NADA!

O mundo vive hoje uma série de guerras de todas as proporções, desde pequenos conflitos internos, raramente revelados ao mundo pela imprensa, até duelos monstruosos, como o que está ocorrendo na Síria, Norte do Iraque e Ucrânia. Todas as partes envolvidas se auto intitulam como os verdadeiros donos de cada lugar disputado; e no meio de todos estes flagelos cruéis, pessoas sendo mortas; ou submetidas às piores humilhações. Algo que nos lugares civilizados, não se admite que se faça nem com animais!

Os vídeos postados na internet são alarmantes. Cenas chocantes filmadas com riqueza de detalhes de pessoas sendo decapitadas ou fuziladas em praça pública, em frente aos seus parentes. E outras cenas aterrorizantes que mostram como alguns destes grupos radicais fazem com aqueles em que eles dominam a liberdade, como os Talibãs do Afeganistão.

O regime talibã é considerado como um dos mais radicais e primitivos da história contemporânea. Eles não hesitam em matar, apenas por prazer. Seja homem, mulher ou criança; se um rebelde talibã quiser, lhe tira a vida a qualquer hora e em qualquer lugar e ponto final, inclusive seus próprios aliados; mas quem mais sofre nas mãos destas pessoas são as mulheres.

Em muitos países a violência contra a mulher está tomando uma proporção tão alarmante que ninguém consegue mensurar o que de fato ocorre em muitas zonas militarizadas ou não. Sensivelmente a parte mais fraca de um povo, mulheres e crianças, estão sendo submetidas aos piores atos de barbaridade; e o restante do mundo, este pouco ou nada se importa, como o Brasil; porque os Governos rotulam estas torturas como algo cultural ou religioso...

No Afeganistão, quando eles aplicam suas leis, sobretudo a Sharia, a figura feminina é bastante minimizada e marginalizada. Não se consegue classificar o que eles chamam de lei, pois estes códigos amedrontadores sofrem mutações diárias, bastando que um líder talibã deseje; e quem vê as pobres mulheres vestidas na burca, pode até pensar que aquilo é um castigo, mas acreditem: se todo sofrimento delas fosse vestir o hábito exigido pelo regime talibã, com certeza, elas teriam alguma felicidade...

Mulher nenhuma do regime talibã pode trabalhar fora de casa, exceto algumas médicas e enfermeiras, que precisam ter um passe dos líderes; e mesmo assim, não podem trabalhar em todos os locais de atendimento de saúde. Se precisarem sair de casa, até para ir ao supermercado, precisam ter ao lado uma figura masculina ligada ao marido, pai ou irmão; e se acaso ela for órfã e nunca casou, terá um triste destino, que poderá ser até a morte.

Se for casada, tiver pai ou um irmão, jamais pode negociar nada com um homem, muito menos serem atendidas por profissionais de saúde do sexo masculino. Jamais podem estudar; e se quiserem ler e escrever, terão que passar por seminário religioso. Mesmo dentro de casa, o uso da burca é obrigatório; e para qualquer uma destas obrigatoriedades, a mulher que contravir o dogma talibã, poderá ser açoitada, espancada ou sofrerem ofensas morais.

A mulher que mostrar o tornozelo, até por descuido, será açoitada em praça pública; e quem for denunciada, até por uma criança, por crime de adultério, apedrejamento público ou morte por fuzilamento em praça pública. Em alguns casos de apedrejamento que foram filmados, elas são obrigadas a cavar um buraco fundo; depois elas se enterram até a altura do peito; em seguida, inicia-se as pedras.

Mulher não pode usar nenhum tipo de cosmético; não pode apertar a mão de um homem; rir alto; jamais usar sapato alto ou qualquer outro tipo de calçado que ao andar produza som; e jamais podem dirigir um carro ou usar um taxi. Elas também jamais podem praticar esporte, frequentar um clube, frequentar qualquer tipo de festa, inclusive de aniversário do pai ou filhos; andar de bicicleta ou motocicleta; e voltando as burcas, jamais poderá ser uma burca colorida...!

Para se ter uma ideia do que é ser mulher no regime talibã, depois que eles tomaram o Poder no Afeganistão, um dos primeiros atos foi mudar todos os nomes de ruas que continham nomes ou partes de nomes de mulher. Em Cabul, havia uma avenida famosa, a Avenida das Mulheres, que logo foi rebatizada como Avenida das Flores...

Aparecer na janela ou sacadas de apartamentos também é proibido para todas as mulheres; e até as janelas de vidro, tiveram que ser pintadas para que mulher nenhuma fosse vista através deles. E quem for jornalista, por favor, jamais fotografe ou filme uma mulher; a punição pode ser dupla, para quem fotografar e quem for fotografada; e se alguém questionar sobre algum documento de identidade, que todos os países emitem, a mulher afegã do regime talibã não precisa ter uma identidade ou passaporte!

É verdade que a mulher é humilhada em outros lugares do mundo, como na Índia; um lugar selvagem que permite que mulheres sofram estupros coletivos; ou ainda, quando forçam que mulheres abortem, caso o pai da criança não queira. Em pleno Século XXI, na Índia ainda permite um enorme fluxo de tráfico de pessoas, 99,99% mulheres; e para piorar o quadro indiano, crianças, meninas de até 8 anos de idade, se casam com marmanjos de 70, 80 anos!

Também na Índia, se a família da mulher não pagar o dote pelo casamento, indianas podem ser queimadas pelo marido, pelo sogro ou pelo cunhado. 50 milhões de mulheres desaparecem no Século passado; e o uso de cadeado na vagina; isso mesmo, cadeado na vagina, pode e deve ser usado, acaso o marido desconfie que a mulher pode lhe trair. Se alguém pensa que eles compram cintos de castidade, desista. O método mais comum é perfurar os lábios vaginais e colocar um cadeado fechando as duas partes...

A mulher também não tem chance nenhuma de felicidade na Somália, que fica na África. Um dos lugares mais selvagens do planeta, a mulher é comumente submetida a estupros, a mais alta taxa de mortalidade do mundo durante o parto, casamento infantil e mutilação genital com a extirpação do clitóris. A ONU acredita que 95% das mulheres somalis têm a vagina mutilada; e destas sofredoras, 70% tiveram o clitóris arrancado quando ainda não haviam completado 5 anos.

Pertinho do Afeganistão está o Paquistão, um inferno para as mulheres. Além de casamento forçado com crianças, a mulher tem na lei paquistanesa a garantia de tortura com ácido. Um dos fatos que comoveram o mundo mostravam pai e mãe que jogaram ácido na própria filha. Na delegacia, os pais disseram que sua filha de 15 anos olhou para um garoto e depois foi atacada; e isso é uma desonra para as leis daquele país.

Voltando à África, na República Democrática do Congo, oficialmente, mais de 50 mulheres são estupradas todos os dias. A lei da RD do Congo não pune o agressor sexual; e de certa forma até os incentivam a praticar abusos contra a mulher; e se uma destas estupradas for casada, não pense que o marido lava a honra; ele bate na mulher, às vezes até a morte, porque diz que ela “deu mole”...!

O destino das mulheres em muitos países é de fato um grande jogo de perversidade. Com ou sem guerra, alguns infernos que são registrados como Nações, submetem suas mulheres às piores circunstâncias que se pode imaginar. Na Índia, uma das maiores populações do mundo, com cerca de 1,1 bilhão de habitantes e 92% vivendo numa desgraça abaixo da própria miséria; todos sabem que a prostituição é uma profissão que cada dia mais ganha admiradoras; mas o pior não é a prostituição, mas a idade destas prostitutas. Cerca de 50%, metade, das milhões de prostitutas indianas têm menos de 18 anos; e não é raro ver garotinhas de 11 anos praticando sexo por dinheiro; e cerca de 8 mil moças são vendidas pelas famílias todos os anos...

Milhares destas crianças indianas são consagradas para servirem à Deusa Yellamma e acabam virando as prostituas oficiais dos templos. Pesquisa feita na Índica revela que 60% dos homens dizem que preferem se casar com garotas entre 10 e 14 anos; e para deixar tudo ainda mais aterrorizante, 70% destas garotas sem sorte já estão contaminadas com o HIV.

As atrocidades cometidas contra a mulher pelo mundo não é só uma questão cultural ou religiosa; é uma calamidade; um atentado a dignidade humana; e precisa ser enxergada com olhos clínicos por outros países. Os lugares que comentem este e outros crimes contra a pessoa, deliberadamente rotulado como cultura, dogma ou Lei, precisa ser isolado e sanções econômicas devem ser imediatamente impostas; porque se de um lado se observa a degradação da instituição “mulher”; de outro, se aponta o crescimento da monstruosidade masculina.

São atos criminosos que são repassados a garotinhos; que farão o mesmo no futuro, porque viveram aquilo que seus pais os ensinaram como sendo o mais correto. Estamos diante da criação de nações de déspotas; e a pergunta é: -Até quando?

Estas mulheres agredidas, humilhadas antes da morte, sem a menor sombra de dúvida, em muitos casos até preferem a morte, pois externam tão patentemente suas angustias e aflições, enquanto recebem do restante do mundo um longo e também humilhante silêncio concordante; e se nada pudermos fazer, porque não influenciamos nas decisões políticas dos povos; se espalharmos nosso protesto, poderemos contribuir com a reedição da história.

Carlos Henrique Mascarenhas Pires

CHaMP Brasil
Enviado por CHaMP Brasil em 19/08/2014
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