A FELICIDADE AQUI E AGORA

O Espiritismo se ocupa, em seu objetivo principal, em promover a melhoria moral da alma que evolui em nossa humanidade. Obviamente, essa melhoria ocorre aos poucos, conforme a vontade do espírito. A Terra, tanto na parte material quanto na parte espiritual, até agora é habitada por seres inferiores moralmente. São diversas regiões umbralinas habitadas por almas que vivenciam os seus dolorosos processos cármicos. Exceto algumas poucas colônias espirituais mais tranquilas, onde se exercitam o modelo virtuoso de conduta moral (como Nosso Lar, por exemplo), na qual, os Bons Espíritos cuidam da reabilitação das almas arrependidas e que nutrem o desejo de melhorar-se, a grande maioria são regiões onde há muito sofrimento; são moradias ínfimas das almas rebeldes, maléficas, insubordinadas, subjugadas, sanguinárias, viciadas, enfim, repletas de impurezas morais. A própria terra carnal, ainda é um grande covil de almas inferiores desajustadas psiquicamente, que se comprazem com a prática belicosa, com os vícios mundanos, com o apego demasiado aos bens materiais, com os males imorais que tanto as inferiorizam. Algumas almas aqui vivenciam as suas primeiras encarnações; estão, por assim dizer, mais vinculadas a parte primitiva de suas consciências instintivas; e a grande maioria, embora mais avançadas, no entanto, continuam sendo inferiores, e sem demonstrar desejo edificante de regenerar-se. Existem outras, que, apesar da instrução, do avanço intelectual, mas não alcançam um nível moral capaz de atender aos requisitos sublimes de moralização paulatina. Evidente que, já existe aqui, uma minoria de almas encarnadas de conduta benevolente equilibrada, que se ocupam com a própria ascensão consciencial em seu sentido moral; se preocupam em diminuir o peso das impurezas na consciência; reunindo esforços construtivos visando avançarem em desenvolvimento moral; em condições, portanto, de permanecerem no planeta, mediante o processo de encarnação e desencarnação, para serem contempladas com a vivência na próxima etapa evolutiva, a das almas regeneradas. Desse modo, num planeta em que a grande maioria das almas, ainda está vivenciando os seus estágios expiatórios, tentando livrar-se dos seus débitos cármicos, mais apegadas aos bens materiais do que aos bens morais; onde o mal ainda predomina sobre o bem; onde a fronteira que separa o amor do ódio ainda é bem próxima; onde preferem a prática maléfica do orgulho e egoísmo, em detrimento do exercício benéfico da humildade e caridade; onde as baixas energias e vibrações fluídicas (tanto as que irradiamos quanto as que nos cercam), inibem, impedem que as altas e boas energias sejam mais constantes em nosso benefício; infelizmente, o sentimento sublime de felicidade não encontra campo de ação favorável na atmosfera do planeta que habitamos, para que possamos absorvê-la com intensa naturalidade em nossas consciências carregadas dos infortúnios infelizes, dos prazeres mundanos ilusórios, das paixões baixas, das más inclinações e perniciosas tendências. Felicidade é um estado excelso de satisfação interior. Apenas os Espíritos Puros (os Seres Angélicos), já desfrutam eternamente, da perfeita inefável felicidade. Abaixo deles, estão os Espíritos Superiores que, embora desfrutem da felicidade quase plena, ainda têm provas a cumprir, sem serem, entretanto, sofríveis, mas de agradável alívio sentimental em vivenciá-las. E mais abaixo, está a felicidade experimentada pelos Espíritos Inferiores, tão misturada aos sentimentos ruins, aos desajustes cármicos, às impurezas morais. Nesse caso, o estado de felicidade, menos ou mais elevado, depende do nível moral da alma em evolução. Cabe-nos, enfim, no aqui e agora, a preocupação reencarnatória com a nossa reforma íntima, que nos conduz aos poucos em nossas diversas etapas experimentais, à direção edificante ao nosso porvir regenerativo. Assim, o Espiritismo não prega a felicidade do aqui e agora. Ele aponta um caminho diário de aprendizagem, mediante virtuosa conduta moral, que deverá ser exercido com boa vontade pela alma que se preocupa gradualmente, em reverter o seu estado de inferioridade para o de superioridade moral; tendo antes, que regenerar-se, para ser merecedora do estado psíquico de elevação superior consciencial. Se a felicidade em nosso mundo, ainda está fortemente vinculada aos prazeres carnais, à posse dos bens materiais, evidente que ainda é uma felicidade inferior. E para que ela seja superior, temos que cuidar de nossa depuração moral. Temos que diminuir o apego aos bens materiais e aumentar o apego aos bens morais. Temos que combater os males imorais que nos inferiorizam, exercitando os bens morais que nos superiorizam. Temos que cultivar e semear o amor e o bem, que nos elevam moralmente. Pois o cultivo e semeadura do ódio e do mal, não só nos rebaixam como também nos estagnam em nossas futuras pretensões evolutivas.

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 01/08/2014
Código do texto: T4905217
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