A DOR

A dor maior, não é a dor física, quando a alma a sente pulsando na carne viva, antes da hora final da inércia tumular. A dor maior, é a dor psíquica, quando a alma, já desencarnada, com a vida ativa no umbral, continua a sofrer, a sentir dor, no processo doloroso de expiar. Este pensamento, que já havia formulado anteriormente, serve pra ilustrar aqui, os dois aspectos dimensionais da dor. O físico e o psíquico. Sente mais dor, quem menos evolui. Sente menos dor, quem mais evolui. Quis Deus, criar-nos como seres espirituais, simples e ignorantes, ao invés de já perfeitos no momento de nossa criação. E quem somos nós, pequenas criaturas criadas, pra questionar a Causa Primária e Inteligência Suprema, se Ela está certa ou errada, em Sua Decisão?! Fato é que, se assim Deus quis, devemos buscar essa perfeição, mediante a nossa caminhada lenta, gradual e contínua, que vai estar mais ou menos ao nosso alcance, conforme a nossa boa ou má vontade, em nossas ações experimentais de vivência evolutiva. A dor é o símbolo do sofrimento. Num mundo ainda imperfeito moralmente, a alma, por conta dos seus débitos cármicos, sofre mais, por isso sente mais dor. A dor física é própria do homem animal ou do reino animal; que, no entanto, existe fisicamente, enquanto há vida ativa nos corpos físicos; extintos extes, ela deixa de existir. Já a dor psíquica, a que se acumula na consciência da alma, existe, tanto quando a alma está encarnada, quanto quando ela está desencarnada. A alma se livra da dor física, quando deixa de habitar o corpo físico, por extinção deste; mas não se livra tão fácil da dor psíquica, porque esta vai acompanhá-la após o desenlace carnal; será tão maior em sua consciência, quanto menos evoluir; e será tão menor, quanto mais evoluir. A dor física é produzida na consciência da alma, por efeito de sua ação (a dor) na matéria corporal. O perispírito (corpo astral) é o veículo que fica entre o corpo físico ativo e o ser espiritual inteligente individualizado; e uma de suas principais funções nessa condição, é servir de ligação entre um e outro, levando informações, sensações, impressões do corpo físico à alma, e da alma ao corpo físico. A dor física é motivada na consciência da alma, por diversas lesões sofridas pela carne. Já a dor psíquica, é ocasionada por mágoa, pesar, ou por ações inferiores produzidas por ela a si e ao próximo. Em nosso mundo moral ainda inferior, a dor, seja física ou psíquica, é presença constante em nossas vidas; porém, é um estado de sofrimento que será tanto quanto interino, à medida que formos avançando em nossas depurações morais. Desse modo, não se pode literalmente dizer que ela seja em nós um castigo, mas uma consequência dos erros, das faltas produzidas por nós mesmos, quando ainda não temos a devida compreensão das coisas, ainda não sabemos usar o nosso livre-arbítrio ou a nossa livre escolha, de forma virtuosa em nossas ações, beneficiando-nos e ao nosso próximo. Ainda não sabemos exercitar a indulgência espontânea. O orgulho e o egoísmo atrofiam a presença da humildade e caridade em nossa consciência. Numa palavra: quando as impurezas morais, ainda predominam em nossa forma de agir, não facultando que as purezas morais sobressaiam em nossas ações habituais; quando retardamos a nossa reforma íntima, que vise uma forma mais aprimorada de vivência social estaremos, ainda que temporariamente, sofrendo as dores angustiantes num mundo de provas e expiações, que, entretanto, caminha, a passos lentos mas firmes, à sua próxima etapa regenerativa, ficando assim, mais perto do alcance da vida moral superior. Uma vez que as almas humanas aprendizes, diminuam, amenizem, diluam nas consciências, os efeitos negativos das próprias faltas anteriormente praticadas a si e ao próximo, claro que as dores, tanto físicas quanto psíquicas, tendem a se transformarem em bálsamos que produzam alívios físicos e psíquicos. E, nesse sentido, as dores que sentimos, vão fazendo parte das nossas vidas como um veículo de aprimoramento moral; como um processo de cura dos males de nossa alma; já que, uma vez que as nossas bagagens impuras vão sendo substituídas pelas bagagens puras, vamos nos sentindo mais leves, ao nos livrarmos gradualmente dos males produzidos por nós mesmos. Nos mundos materiais mais evoluídos do que o nosso, os seus habitantes não mais sentem as dores que habitualmente sentimos. E tudo porque eles já se libertaram de uma boa parte dos males impuros que lhes causavam angustiantes dores físicas e psíquicas. Os seus corpos físicos são mais leves, adequados à própria leveza dos seus perispíritos (corpos astrais), fruto da própria depuração moral dos espíritos que nesses mundos estão encarnados. Enfim, o processo da dor, como estado de sofrimento, tem a ver com o nível moral do espírito. Quanto mais ele se depura, menos dor sente. Em nosso porvir existencial, quando estivermos desfrutando de nossa etapa regenerativa, ao invés de dor, sentiremos alívio, tanto físico quanto psíquico, fruto de nosso avanço moral. Assim, jamais devemos achar que Deus é injusto porque Cria o ser espiritual simples e ignorante. Só pelo fato de nos Criar e de sermos uma parte inteligente individualizada eterna da Causa Inteligente Universal Eterna, já justifica a Sua Justiça Suprema. Quis o Pai Eterno, que cada um de nós, fosse o lapidador de nossa própria essência individualizada. Para deixarmos de ser uma pedra bruta, para sermos uma pérola, só depende de cada um de nós. Do nosso livre-arbítrio, da nossa livre escolha. Todos podem deixar de ser pedra bruta pra ser pérola, mas como a vontade de cada um de nós, é peculiar, livre e soberana, alcança, por mérito próprio, a perfeição moral, a seu tempo e hora; e quando, no porvir, cada um conseguir depurar-se moralmente, jamais sentirá dor, mas alívio eterno, uma sensação, um estado de inefável felicidade. Luz, paz, e gratidão a todos.

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 20/07/2014
Código do texto: T4889027
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