Transporte em Franca
A questão do transporte na cidade de Franca, minha cidade de origem, traz-me revolta com os últimos ocorridos. Pessoas andam nesses “ônibus” sem o mínimo de segurança, a superlotação é assaz corriqueira, a insatisfação da população quanto ao atendimento é gritante e ninguém faz nada, ninguém. Até quando? Até que decidiram atear fogo em dois ônibus da cidade. Só assim para que o dirigente da cidade reagisse? Ainda não se sabe, ninguém sabe. Sabe-se apenas que o povo começou a revoltar.
Há poucos dias tivemos, em Franca, uma manifestação. Primeiramente, quero deixar claro que se há uma manifestação em relação a qualquer ato ou feito, é devido à inação da justiça, dos responsáveis, dos dirigentes da cidade. Se o prefeito ou outro responsável agissem mediante as comprovações, não necessitaríamos chegar a ponto de queimar ônibus, de fazer justiça com as próprias mãos. Mas quem é que dá bola para isso? O Prefeito? Balela. O responsável pela empresa do referido transporte? Nem a Franca vem. Então é isso, o povo precisa chegar a esse nível para que ganhe notoriedade e a imprensa venha abordar o assunto. Com isso, sabe o que está acontecendo? A democracia, que é tida através do povo, está desencaminhando, desencaminhada, porque o povo apenas elege e se omite a partir de então, isso não pode acontecer, sobretudo agora que os ordinários todos vêm aí em nossas telas sem nossa permissão. É preciso que conjuguemos os verbos da democracia, vigiar, cobrar e justiçar, só assim chegaremos aonde queremos: evolução.
Vale lembrar que o Collor apenas foi destituído do cargo porque o povo reagiu. O povo na rua assusta os ilícitos, os corruptos, os desidiosos, aqueles que fazem promessas e não cumprem. Onde é que estão os pontos de ônibus cobertos os quais disseram no último aumento que cobririam? Onde está o número reduzido de pessoas transportadas em pé? Onde está o conforto de que um trabalhador que dá duro o dia todo, esfalfa-se e após a árdua jornada de trabalho precisa? Ah, isso só no país da Alice, lá sim tudo pode e tudo acontece. Já passou da hora de o povo realmente acordar e não aceitar tal mazela. Decidamos isso com aquela maior arma que temos: o título. O título é como se jogássemos água benta nesses ordinários.
E para encerrar, uma manifestação deve ser pacífica, bem planejada, elaborada, pensada. Há muitos vagabundos solicitando isso e aquilo, mas eu quero ver os boletins deles, se são assíduos à sala de aula, se respeitam o pai em casa, enfim, se os deveres destinados a eles estão também em dia. Porque não faz sentido tentar protestar sendo que em casa a realidade do vagabundo é outra. Prestemos atenção àquilo que almejamos fazer e, principalmente, olhemos para nós, dentro de nossas casas se a realidade não denegrirá nossa própria vida. Não quero, aqui, dizer que sou contrário às manifestações, no entanto, hajamos com a razão em vez do coração. Avante, francanos!
Rafael Vieira