UM TRAVESSÃO E A TEORIA DO CAOS

O mundo está repleto de teorias. Temos teorias para todos os gostos. Algumas são levadas a sério. Outras não passam de diversão no meio científico. A mais famosa das teorias conhecidas é a “Teoria da Relatividade”, de Albert Einstein.

É difícil encontrar alguém que não tenha ouvido falar dela. Também é difícil encontrar alguém que a entenda perfeitamente, ou que possa explicá-la. Fato é que a Teoria da Relatividade explica quase todas as leis do Universo.

Digo quase, porque no primeiro capítulo do livro “Cosmos”, Carl Sagan diz que “no máximo molhamos os tornozelos”, no conhecimento do Universo. Na vida da Raça Humana, ele ainda é um convidado totalmente desconhecido. Um enigma. Fica a dica de uma leitura apaixonante.

Outra das teorias é a “Teoria do Caos”. Podemos encaixá-la de novo em “quase” tudo. No filme “O Parque dos Dinossauros” de Steven Spielberg, o personagem Ian Malcolm, vivido por Jeff Goldblum, só é interessante por ser um teórico do caos. Para todos os acontecimentos ele encontra uma explicação “quase” lógica na Teoria do Caos.

Encontramos vários exemplos que tentam explicar a Teoria da Relatividade. O mais simples deles, é o de alguém que viajando por muito tempo na velocidade da luz, quando voltasse para casa, talvez, a Humanidade já estivesse extinta.

Humanidade que floresceu no planeta, depois que o choque com um asteroide extinguiu os dinossauros. Um Deus ou o caos?

E o choque da bola chutada pelo chileno no travessão? Como seria o dia seguinte do Brasil como país se a bola tivesse beijado a rede. O gol. A desclassificação. O fim do ufanismo travestido de patriotismo. O adeus à taça. Um Deus ou o caos?

O contraste das imagens. E se o choro dos “heróis” fosse o choro dos perdedores. O que William Bonner estaria tuitando com os perdedores durante o Jornal Nacional? Nossos “craques” antes endeusados seriam trancafiados no inferno sem direito a penitência?

Com Deus ou caos, o que fica claro é que estamos repetindo os mesmos erros. Estamos acreditando que é impossível perder. Que já ganhamos. E esquecendo-se que do outro lado existem adversários com os mesmos objetivos. Vencer a Copa do Mundo.

Estivemos a dez centímetros de criar novos “Barbosas”. Que passariam o restante da vida, amargurando o estigma de “culpados”. A pressão do hexa jogando em casa chegou ao limite do suportável. Onze jogadores carregando nas costas, o sentimento de uma nação. Ninguém pode errar. Como Jeff Goldblum, eu vejo o caos à espreita. A teoria.