Imagem de um e-mail
A DÚBIA JUSTIÇA DOS HOMENS
Coitada! Leva anos e anos para lavrar uma sentença e, se isto ocorrer, quando fizer, lá se vem a velha ladainha, na corroída linguagem técnica: ao processo ainda cabe recurso.
Ou seja, ela tarda sempre e falha como sem falta. Consertar o quê, depois de uma pessoa, ou família inteira, haver desgraçado sua vida, num caso notoriamente de barbárie, no qual a parte injustiçada é posta no beleléu da impunidade?
Dúbia, a sempre ambígua justiça dos homens.
A coisa mais comum, nesta pátria do carnaval, do futebol e das novelas, é ouvirmos a gritaria nas ruas a imprecar “justiça, justiça”! – sem que a solicitada dê o ar da sua graça.
E as vozes dos injustiçados nem pedem tanto. Querem apenas o mínimo que se pode esperar dos tribunais: a nua e crua decisão do crivo da Justiça, o final de uma sentença justa para os que desta foram solapados.
Mas as querelas judiciais se arrastam como a própria sombra dos que foram abatidos pela violência galopante, em particular nos médios e grandes centros urbanos. Em outras palavras, os processos que tramitam nos fóruns se movem mais lentamente que o fantasma dos incontáveis mortos pelas mais diversas razões.
Para ilustrar com um caso, outro dia vimos o filho do pop star Pelé, um ex-goleiro, que fora flagrado em conversa telefônica de relação perigosa com o chefe do tráfico de drogas da Baixada Santista, ser julgado e pegar sentença de trinta e dois anos. Ficará preso? Du-vi-dê-ó-dó!
A pena veio com o rapaz em liberdade, após uma espera relativamente curta, pois o flagrante da prisão se dera bem ali, em 2009; uns cinco anos de chá de cadeira, apenas isto.
Não cito o filho do “rei do futebol” para angustiar ou denegrir o nosso ídolo do famoso “gol de placa”; também não o faço para hostilizar o atleta que nos deu tantas alegrias, mundo afora, em copas mundiais. Nomeio o ex-goleiro por ser caso que me ocorre, no momento, e porque, sinceramente, acho o moço até um felizardo, em esperando tão somente cinco anos para ser processado.
Indubitavelmente, é a voz geral quem o diz, o modus operandi da Justiça, no País, é ruim, muito dúbio, ambíguo e não corrige criminoso nenhum. Há inúmeros processos que são julgados depois de dez, doze, quinze, dezoitos anos de espera. Sem contar que, na caminhada da pendenga, chovem recursos e mais recursos. São as tais famosas “chicanas judiciais”, os privilégios e coisa e tal.
E você, aí, imagina que, após uma vida toda, vivendo solto da silva, cá fora, no mesmo ritmo da vidinha de antes, campeando na ilicitude, o camarada que praticou o crime hediondo – já que estava no bem-bom da liberdade condicional – ainda vai ficar aprisionado, como canário na gaiola? Balela, não vai. Du-vi-de-ó-dó!
Ou seja, ela tarda sempre e falha como sem falta. Consertar o quê, depois de uma pessoa, ou família inteira, haver desgraçado sua vida, num caso notoriamente de barbárie, no qual a parte injustiçada é posta no beleléu da impunidade?
Dúbia, a sempre ambígua justiça dos homens.
A coisa mais comum, nesta pátria do carnaval, do futebol e das novelas, é ouvirmos a gritaria nas ruas a imprecar “justiça, justiça”! – sem que a solicitada dê o ar da sua graça.
E as vozes dos injustiçados nem pedem tanto. Querem apenas o mínimo que se pode esperar dos tribunais: a nua e crua decisão do crivo da Justiça, o final de uma sentença justa para os que desta foram solapados.
Mas as querelas judiciais se arrastam como a própria sombra dos que foram abatidos pela violência galopante, em particular nos médios e grandes centros urbanos. Em outras palavras, os processos que tramitam nos fóruns se movem mais lentamente que o fantasma dos incontáveis mortos pelas mais diversas razões.
Para ilustrar com um caso, outro dia vimos o filho do pop star Pelé, um ex-goleiro, que fora flagrado em conversa telefônica de relação perigosa com o chefe do tráfico de drogas da Baixada Santista, ser julgado e pegar sentença de trinta e dois anos. Ficará preso? Du-vi-dê-ó-dó!
A pena veio com o rapaz em liberdade, após uma espera relativamente curta, pois o flagrante da prisão se dera bem ali, em 2009; uns cinco anos de chá de cadeira, apenas isto.
Não cito o filho do “rei do futebol” para angustiar ou denegrir o nosso ídolo do famoso “gol de placa”; também não o faço para hostilizar o atleta que nos deu tantas alegrias, mundo afora, em copas mundiais. Nomeio o ex-goleiro por ser caso que me ocorre, no momento, e porque, sinceramente, acho o moço até um felizardo, em esperando tão somente cinco anos para ser processado.
Indubitavelmente, é a voz geral quem o diz, o modus operandi da Justiça, no País, é ruim, muito dúbio, ambíguo e não corrige criminoso nenhum. Há inúmeros processos que são julgados depois de dez, doze, quinze, dezoitos anos de espera. Sem contar que, na caminhada da pendenga, chovem recursos e mais recursos. São as tais famosas “chicanas judiciais”, os privilégios e coisa e tal.
E você, aí, imagina que, após uma vida toda, vivendo solto da silva, cá fora, no mesmo ritmo da vidinha de antes, campeando na ilicitude, o camarada que praticou o crime hediondo – já que estava no bem-bom da liberdade condicional – ainda vai ficar aprisionado, como canário na gaiola? Balela, não vai. Du-vi-de-ó-dó!
Fort., 26/06/2014.