O JOGO POLÍTICO

Enquanto a bola rola nas arenas padrão FIFA, outro jogo vem sendo jogado longe da mídia, pelo menos até o fim da Copa do Mundo. É o jogo político das eleições de outubro. Um jogo praticamente ganho, que de repente, ficou equilibrado, e agora nem se descarta uma zebra.

O PMDB decidiu continuar como fiel escudeiro do Partido dos Trabalhadores, mesmo com Dilma Rousseff. Só que desta vez, 41% dos caciques do partido votaram contra a decisão. O esperado era que os contras não passassem dos 25%. Isto mostra que o fiel escudeiro já não é tão coeso.

É fato, foi o ex-presidente Lula, que empurrou a presidente Dilma pela goela dos peemedebistas. Também é sabido que a digestão nunca foi boa. Uma boa parte da festa da “era Lula” acabou com a chegada de Dilma Rousseff ao poder. E se pode não parecer, dá para imaginar a falta que faz “os tapinhas nas costas” daquela época.

Se a dissidência peemedebista não chega a ser um grande problema, a divisão do curral eleitoral chamado nordeste, pode causar dores de cabeça. A Região Nordeste sempre foi vital nas vitórias petistas contra os candidatos paulistas.

Desta vez, existe o fator Eduardo Campos, que ao lado de Marina Silva, promete dividir os votos do nordeste brasileiro. Não será surpresa nenhuma, se Eduardo Campos falar mais alto do que o generoso aumento destinado ao “Bolsa Família”.

Outro que está de olho nos votos dos nordestinos é Aécio Neves. Que sem se importar com o tamanho político de São Paulo, corre atrás de Tasso Jereissati para ser vice na chapa tucana. Antes tarde do que nunca, os tucanos descobriram que o sonho de uma vitória passa pelos estados do nordeste.

Uma “torcida elitizada” cometeu indelicadezas contra a presidente Dilma, na abertura da Copa do Mundo. E nada bobo, o ex-presidente Lula, percebendo o momento político ruim, esqueceu-se da “paz e amor”, e começou atirar para todos os lados, como uma metralhadora enferrujada. Vem disparando escondidinho. Da “elite” ninguém se salvou.

Cometer a indelicadeza de mandar alguém ir tomar naquele lugar no meio de uma multidão é muito fácil. Mesmo porque, individualmente vivemos fazendo isso muitas de vezes ao dia. Não gritando mais pensando. E eu duvido que a presidente Dilma, ou o ex-presidente Lula, nunca disseram ou pensaram em mandar alguém ir tomar...

O Brasil seria bem diferente, se fossemos politizados na mesma proporção que sabemos xingar nos estádios de futebol. Pena que ainda não diferenciamos um do outro, quando estamos sozinhos diante da urna. Ali, longe da “Maria vai com as outras”, você cairia no ridículo vaiando alguém. Politizado, você mudaria radicalmente o país.