TÁ PENSANDO, É?

“Vovô, você tá tão calado! Tá pensando, é?”

- Lucas, você já atirou pedra em algum lago?

“Não, eu mesmo não.”

Quando a pedra toca a superfície da água formam-se ondas (em círculos) que vão se propagando do centro para as bordas, até que a intensidade vai diminuindo e por fim não mais é perceptível.

Eu estava “prestando atenção” como meus pensamentos vêm, e se dou trela, eles ficam replicando como esses círculos, até que decido se os aceito ou não.

Aguçou-me a curiosidade de parar um momento e perceber sobre o que ficava pensando, e se sobre ele tinha algum tipo de controle.

Para isso, fiz a seguinte pergunta: o que penso é realmente uma demanda consciente da mente?

Diferencio aqui, cérebro, mente e pensamento. Cérebro é o suporte material da mente. Mente é a energia que movimenta o pensamento. Pensamento é a ação criada para ser posta em evidência.

Não é nada disso? Então me deixe seguir com outras considerações para que possa colocar você em sintonia comigo.

Todo ser humano possui dentro de si um “Eu” superior e bom, e outro “Eu” inferior e mau. É aquele embate entre o “anjinho” e o “diabinho” que fica soprando no nosso ouvido toda vez que temos que decidir algo que está rebuscando nosso pensamento. Funciona como um juiz que tudo sabe e tudo vê, e que a ele ninguém engana. É o que chamamos de consciência.

“Tenha consciência”.

Então, se temos consciência, devemos ter muito cuidado com o que pensamos.

“Desculpe, não era isso que tava pensando”.

O pensamento enquanto controlado se apresenta de duas formas na sua ação: expresso ou não expresso. Se, expresso, assume a responsabilidade do que dele eflui: decisão, raciocínio, escolha, decisão. Se, não expresso - de maneira alguma -, gera incerteza e medo que leva a uma reflexão do tipo: “foi eu mesmo que criou esse pensamento?”

Acatar o que pensamos pode trazer danos a nossa saúde mental, se não usarmos a nossa capacidade intelectual para selecionar o bom do mau pensamento. E esse cuidado é pertinente, pois tão logo o pensamento é formado começa a estimular grupos de nervos que levam esse pensamento a ser transformado em ação.

Quando rejeito imediatamente um determinado pensamento, tendo em vista o grau de confronto com meu modelo de formação cultural e emocional, ainda assim ele permanece latente, esperando a oportunidade de nova manifestação. É necessário fazer uma reavaliação sobre a consequência, se materializado.

“Vai pra lá, pensamento doido”.

Nossa mente não tem nenhum limite real, mas sim um limite fictício que vai se expandindo conforme permita explorá-lo. Nunca sabemos até onde somos capazes e suficientemente conscientes para avançar no “desconhecido”.

A complexidade do pensamento em “avançar ou recuar” é instantânea e carimba nossa personalidade visível como “corajoso ou covarde”.

Deslocamos-nos do “legal”, do “ético”, sem efetivamente sair do lugar.

Se fosse capaz peneirar os pensamentos, mesmo assim seria impossível quantificar quais os retidos e quais os que passaram na malha da mente.

Esse é o diferencial inquestionável entre o homem e os outros animais.

Cada um tem uma mente exclusiva, incapaz de num diálogo “fotografado”, gerar uma mesma estrutura de pensamento.

Dizemos muitas vezes: “pensei nisso agora mesmo”. Mas pode ter certeza, a “imagem” da materialização desse pensamento é mera semelhança.

Vejamos:

Digo para um determinado grupo (você está nesse grupo) que “um navio em alto mar chocou-se com uma pedra e naufragou. Alguns escaparam agarrados a destroços e foram resgatados por outra embarcação”.

Como você foi construindo o pensamento e formando as imagens no desenrolar desse relato?

Como era seu navio? Qual o tamanho da pedra? Como foi o choque? Como o navio naufragou (rápido, de proa, de popa, lateralmente)? Como e quem eram os passageiros e tripulantes? Como eles escaparam? Que destroços eram esses? Como foram resgatados? Como era a outra embarcação?

É de se esperar que cada um utilize seu pensamento de forma única, interpretando cada situação à sua maneira. Não somos e não podemos ser iguais a outra pessoa.

Deus é sábio em “sabedorias” e no Seu controle de qualidade não passaria despercebida qualquer semelhança que pudesse igualar a nossa energia mental.

Portanto, usemos a mente para produzir pensamentos úteis e positivos, respeitando a liberdade e a individualidade humana.

O homem é medido pelo que pensa.

Aprenda a discernir o bom do mau pensamento. Utilize a balança das consequências do ‘pensar sem refletir’. Qualifique sua mente com inteligência, para que seu cérebro seja capaz de renovar-se.

Não adote um padrão de pensamento melancólico, pessimista e permeado de queixas que só alimentam infelicidades e em nada contribuem para resolver os desafios da vida.

A sintonia mental que estabelecemos e alimentamos é fator causador em nossa qualidade de vida.

Quando pensamos, estamos irradiando energias que refletem de forma determinante em nossa saúde, em nosso meio social, como também na relação com a vida no sentido mais amplo.

Lucas pense sempre de maneira positiva, e dê quantas vezes for necessária, a oportunidade ao outro de manifestar também o seu pensamento.

Atraímos a realidade que

sistematicamente idealizamos

em nossos pensamentos.