A humanidade vive um momento onde a palavra “progresso” busca dar significado a todos os acontecimentos, ditos “fundamentais” para a promoção da dignidade humana. O preocupante, é que o caminho percorrido na busca do tão falado “progresso”, parece sucumbir com o que é essencial a vida. Diante das incertezas que rodeiam o nosso existir, o Papa Emérito Bento XVI no livro “Luz do Mundo” de autoria do jornalista Peter Seewald, nos faz esses questionamentos: “O que é realmente o progresso? É progresso quando posso destruir? É progresso quando posso criar, selecionar e eliminar seres humanos? Como é possível dominar o progresso do ponto de vista humano e ético”?
 
Conforme o minidicionário de português Aurélio, a palavra progresso significa: “Ato ou efeito de progredir; progressão. Marcha para frente. O conjunto das mudanças havidas no curso do tempo”. Neste sentido, nos questiona o Santo Padre, podemos considerar “progresso” quando posso destruir? Partindo de uma consciência cristã que possui em si a missão de defender a vida, é impossível conceber tal situação. O ato de destruir, contraria, o verdadeiro valor humano: a Vida.
 
Mas, o desejo humano vai muito além da imaginação, permitindo que o homem busque ocupar o papel de Deus. E o Papa Emérito Bento XVI mais uma vez nos questiona: É progresso quando posso criar, selecionar e eliminar seres humanos? Certamente, não! Enquanto, homens e mulheres que somos, não temos o direito de eliminar os nossos semelhantes, quando na verdade, deveríamos amar, assim como acreditamos amar a nós mesmos. Quando perdemos a capacidade de ver o outro como bem maior para nossa vida, deixamos de dominar o progresso do ponto de vista humano e ético.
 
O Papa Emérito Bento XVI nos lembra de que “Ao lado de nosso conhecimento e do progresso, existe também outro conceito fundamental da modernidade: a liberdade, que é compreendida como “liberdade” de poder fazer tudo”. Essas palavras me fizeram lembrar a minha adolescência e juventude. Neste período, a palavra liberdade parecia ser a porta de entrada do paraíso. Eu não via a hora de completar 18 anos e tomar conta da minha vida e fazer o que bem entender, afinal de contas, a vida é minha e eu faço dela o que eu quiser. Era o que eu imaginava!
 
Por incrível que pareça, os acontecimentos da vida me permitiram viver essa experiência de ser livre. No começo foi bom, muito bom. Saia de casa cedo e voltava tarde, e não tinha ninguém para dar pitaco na minha vida. Eu estava “livre”. Os anos passaram, e o que a minha liberdade me permitia fazer já não era o suficiente para contentar o meu espírito. E ali, eu começava a compreender que a liberdade sem Deus é um convite à destruição. A liberdade sem Deus é uma mera ilusão.
 
Nesses tempos ditos modernos, somos desafiados constantemente a dar sentido a nossa fé. E este sentido esta em nossa família, em nossa Igreja, naquilo que nos desafia a sermos melhores uns com os outros. Certamente, se colocássemos em prática o que Jesus nos ensina: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo“, o progresso e a liberdade ganharia um novo significado na vida da humanidade.
Daniel Jorge
Enviado por Daniel Jorge em 28/05/2014
Reeditado em 16/04/2018
Código do texto: T4823995
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