REENCARNAÇÃO X RESSURREIÇÃO

A reencarnação sempre fez parte dos dogmas dos judeus, sob o nome de ressurreição (só os saduceus não acreditavam nisso). Criam eles que um homem poderia reviver, mas não sabiam explicar como. Designavam como ressurreição o que o espiritismo mais judiciosamente chama de reencarnação. A ressurreição presume a idéia de voltar á vida o corpo que já está morto, o que a ciência demonstra ser materialmente impossível; como reunir todos os elementos que o compõem quando já dispersos e absorvidos; A reencarnação é a volta da alma ou espírito á vida corpórea, mas em outro corpo que não tem nada de comum com o antigo.
Chamada também de palingenesia, de duas palavras gregas-Palin, de novo; gênesis, nascimento. Notável observar-se que desde os albores da Civilização, ela foi formulada na Índia; desde a mais remota antiguidade, os povos da Ásia e da Grécia acreditavam na imortalidade da alma; Pitágoras, Sócrates, Platão, Orígenes, Virgílio entre tantos outros foram precursores da reencarnação.
O cristianismo rejeitou a reencarnação porque sua visão abalava a autoridade da Igreja onde a salvação não dependia da relação do indivíduo com ela, mas sim da relação do indivíduo com Deus; daí tantos conflitos e criaturas queimadas em fogueiras por acreditarem na comuncabilidade dos espíritos, na sobrevivência da alma e na reencarnação; foram considerados heréticos, bruxos etc... Por este receio foi que em 325dc, o imperador Constantino o Grande e sua mãe, Helena, suprimiram as referências á reencarnação contidas no Novo-Testamento. O segundo concílio de Constantinopla, reunido em 553dc validou este ato, declarando herético o conceito da reencarnação. Aparentemente ele enfraqueceria o poder crescente da Igreja, dando aos homens tempo demais para a salvação. (inf. Colhida por Dr. Brien Weiss no livro do curso de religiões comparadas que freqüentou em Columbia) Haveria de fato referências á reencarnação no Novo e Velho Testamentos. Para melhor conhecimento do assunto necessário o seu estudo e de forma séria.”O que caracteriza um estudo sério é a continuidade que se lhe dá. Quem deseje tornar-se versado numa ciência tem que a estudar metodicamente, começando pelo princípio e acompanhando o encadeamento e o desenvolvimento das idéias. Não se pode julgar a priori, levianamente, sem tudo ter visto, sem imprimir á seus estudos a continuidade, a regularidade e o recolhimento necessários”. (Allan Kardec na introdução de O Livro dos Espíritos item VIII).
Renascemos, isto é um fato, e trazemos conosco a herança boa ou má do nosso passado; renascemos para saldar as nossas dívidas e conquistar novas vitórias que nos auxiliarão em nosso crescimento, em nossa ascensão, acelerando nossa caminhada. A reencarnação é a única forma racional por que se pode admitir a reparação das faltas cometidas; se assim não fora, não poderíamos crer em justiça, em um ser infinitamente bom e justo, único e perfeito.Precisaríamos acreditar em inferno para onde Deus enviaria seu filhos para queimarem eternamente, e, se nós imperfeitos que somos não condenamos nossos filhos para sempre impossível conceber esta atitude NELE; teríamos que admitir a injustiça, a incoerência presidindo a repartição dos bens, dos males, das aptidões etc. “Por que para uns a fortuna, a felicidade constante e para outros a miséria, a desgraça inevitável? Para estes a força, a saúde, a beleza;para aqueles a fraqueza, a doença a fealdade? Por que a inteligência, o gênio, aqui; e acolá a imbecilidade? Como se encontram tantas qualidades morais admiráveis, a par de tantos vícios e defeitos?Por que há raças tão diversas?...E as enfermidades inatas, a cegueira, a idiotia, as deformidades, todos os infortúnios que enchem os hospitais, os albergues noturnos, as casas de correção? Por que também as crianças mortas antes de nascerem e as que são condenadas a sofrer desde o berço? E os jovens prodígios? Nada se consegue justificar com a unicidade da existência. Ao contrário, tudo se explica, se torna claro com a doutrina das vidas sucessivas. A lei de justiça revela-se nas menores particularidades. Cada um leva para a outra vida e traz, ao renascer a semente do passado.
“Conhecereis a verdade e ela vos libertará” – “Amai-vos e instruí-vos” – “Deus lhes impõe a reencarnação com o fim de fazê-los chegar á perfeição”.

*Bibliografia:
•Reencarnação: O Elo Perdido do Cristianismo-E. C. Prophet;
•Reencarnação (A)-Gabriel Delane;
•Evangelho Segundo o Espiritismo-Allan Kardec;
•Livro dos Espíritos (O)-Allan Kardec;
•Problema do Ser do Destino e da Dor-Leon Denis

ZILDA SANTIAGO MACIEL - Carpina/PE