Mudanças no Sistema Solar
Cerca de 2500 astrônomos da União Astronômica Internacional se reuniram em Praga, capital da República Tcheca, no mês de agosto de 2006 e, após muitos debates e várias análises mais aprofundadas, excluíram Plutão da condição de planeta, posto que ocupara desde sua descoberta em 1930.
O que houve não foi uma redefinição ou uma alteração do sistema solar e sim uma nova forma de análise dos requisitos básicos para um astro ser considerado planeta.
Em todas as áreas das Ciências – Humanas, Biológicas e Exatas – há uma busca incessante pela verdade. Apesar de ser um termo subjetivo essa verdade está totalmente atrelada ao momento histórico em questão. Assim como em História não há verdade absoluta, nas demais áreas científicas também não. Na Ciência há uma certa simbiose entre a busca pela verdade e a pesquisa científica. O filósofo austríaco Karl Popper (1902-1994) afirma que uma teoria científica não pode ser considerada científica se for irrefutável. A busca pela verdade tem que ser permanente. Popper diz: Uma teoria que não é suscetível de refutação não é considerada científica. A irrefutabilidade não é uma virtude mas sim um vício. Todo o teste ou contrastação é uma tentativa para refutar uma teoria. Neste sentido, a testabilidade equivale à refutabilidade. Algumas teorias são mais testáveis e, por isso, estão mais expostas à refutação.
A concepção arcaica de que planeta seria todo corpo celeste com uma estrela e órbita própria, que devia girar em torno dessa estrela e de seu próprio eixo foi refutada pelos astrônomos contemporâneos. Dessa forma, segundo Popper, essa teoria que exclui Plutão da categoria de planeta passa a ser científica e a ter maior “credibilidade”.
Toda refutação de uma teoria anterior consiste no aprimoramento da pesquisa científica. Apesar de causar enormes alterações na concepção até então estabelecida, a nova teoria que analisa o sistema solar significa um grande passo no avanço científico.