Limpe a boca!

Sempre quando ligo a televisão, que são raríssimas vezes, a não ser que seja para assistir a um telejornal, ou melhor, a um bom telejornal, não a ligo. Quer um motivo? Claro, ei-lo: o chulismo! Mas meu Deus do céu, como o chulismo na televisão anda solto e a população não faz nada. E se trocarmos de canal, desesperamo-nos ainda mais.

Pesquisas realizadas pela Folha de São Paulo alegam que a televisão é um dos maiores condutores da mente da população, claro que sim, mas, na maioria das vezes, conduzem as pessoas para o mal, para a alienação, enfim, para o chulismo. É preciso que alguém vete, proíba, iniba essas programações absurdas, que de bom são poucas, pouquíssimas programações. Até quando? Até o povo acordar e parar de assistir a bobeiras que não os levará a lugar algum.

Trazemos isso para o nosso dia a dia. Onde está o chulismo? Ah, essa é fácil de responder, em todos os lugares o há, em todos. Quer uma sugestão? Comece por retirar o chulismo da fala: limpe a boca. Se alguém que almeja se dar bem na vida começar a limpar a boca é um bom passo, comece renovando esse linguajar do quotidiano, há muitos molambentos por aí arguindo erroneamente em todos os lugares. Mas isso você pensa que acontece apenas com jovens? Não, evidente que não. Jornalistas falam mal, advogados se expressam mal, médicos, professores, psicólogos, enfim, em todas as profissões os há, porém, é bom que evitemos ao máximo. Precisamos de uma linguagem adequada, correta, escorreita, é disso que precisamos na maioria da população. É preciso que os pais ensinem isso, mas meu Deus do céu, quem me acompanha assiduamente vai ver que vira e mexe em todos os assuntos que abordo as mazelas voltam-se para os pais, em quase tudo. Então, é necessário que esses pais conscientizem seus filhos desde pequenos, desde o primeiro vagido: filho, se você quer ser alguma coisa na vida, aprenda português, é uma das cadeiras mais importantes da escola, mas não é apenas nessa escola de ensino fundamental e médio é para a escola da vida, todos os pais têm de falar isso a esses filhos, agora me dê o nome dos que fazem? Raramente os há, e se os há, são exceções, ou melhor, estão em extinção. E outra coisa, para que o pai admoeste o filho é preciso que, primeiramente, ele saiba o bom uso da amada língua, porque de nada adianta tentar ensinar e ensinar errado, e não me venha com a justificativa que estudou em escola pública ou não sabe porque estudou pouco, isso não é desculpas, temos escolas aí, e de graça, internet, livros, gramáticas, enfim, uma gama de informações que não justificam sua pobreza em seu próprio idioma, isso sim é ser pobre, coitados!

E para encerrar, há uns ordinários por aí me contestando dizendo que não precisamos dominar a língua culta para nos darmos bem na vida. A é? Peça a seu filho que vá prestar um vestibular e utilize-se da linguagem coloquial de início a fim em uma redação para ver se ele consegue nota, peça vadio? Há de ter uma nota pior do que aquela da receita de miojo, miserável. Então é isso, precisamos usar a língua mãe bem sim, em todos os lugares que dela necessitarmos. O único lugar que ainda se ensina a gramática pura, a língua culta, é na escola, o resto, ah, o resto eu nem prefiro falar aqui, por si só verão onde vão parar. Aí eu lhes pergunto: são apenas os jovens que precisam limpar a boca?

Rafael Vieira.

Professor Rafael Vieira
Enviado por Professor Rafael Vieira em 06/05/2014
Código do texto: T4796530
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