Latinos: Um perigo para a identidade norte-americana
Apesar de o processo de colonização européia nos Estados Unidos ter se iniciado com cerca de cem anos de atraso em relação ao processo de colonização européia na América Latina, seu desenvolvimento no campo econômico supera, em muito, os índices dos países da porção meridional do continente. Esse alto grau de desenvolvimento tem atraído um número muito grande de imigrantes aos Estados Unidos.
Ao contrário do que aconteceu com as colonizações portuguesa e espanhola na América Latina - onde as colônias eram vistas como meio de exploração dos recursos naturais – os imigrantes que rumam aos Estados Unidos não têm mais a intenção de ganhar dinheiro rápido e voltar ao Brasil. Suas ambições são maiores.
Não existem estimativas confiáveis que apontem o número exato de imigrantes brasileiros ilegais que residem nos Estados Unidos, porém o número de brasileiros presos na fronteira entre México e Estados Unidos, nos últimos anos, nos dão uma idéia desse assustador crescimento contingencial.
Segundo dados obtidos no censo americano de 2000, a partir do trabalho de Franklin Goza, da Universidade Estadual Bowling Green de Ohio, o número de brasileiros residentes nos Estados Unidos, entre 1980 e 2000, aumentou em duzentos mil. Eram 47.965 em 1980 e em 2000 atingiam a marca de 247.020. Entretanto o maior problema não está no número de imigrantes que cresce constantemente, mas sim na perda de sua própria identidade, tanto étnico-linguística quanto a própria cultura. Enquanto são classificados como hispânicos ou latinos – o que é um termo extremamente pejorativo e excludente – os brasileiros submetem-se a trabalhos considerados inferiores pelos próprios norte-americanos. Tendo de viver à sombra da clandestinidade os brasileiros seguem em busca de seu “sonho americano” e se envolvem, cada vez mais, no American way of life.