Papa João Paulo II e João XXIII se tornam santos

Vejo como as pessoas estão dando e -dão ainda- tanto valor àqueles que se tornaram santos hoje, os famigerados papas João Paulo II e João XXIII. O problema não está em eles terem se tornado os novos santos da igreja católica, admiro-os pela retidão na vida de cada um enquanto pontífices, mas o que mais me chama a atenção são as pessoas. Como assim as pessoas? Explico-me melhor. Hoje em dia, qualquer um pode virar santo, basta ser honesto, digno correto, idôneo, polido, escolher sempre o caminho da retidão e pronto, já estará à beira da santidade. Mas quem é que faz isso? Onde há pessoas que pensam assim Rafael? Está ficando doido? Não, não estou. É por isso que a sociedade caminha ao fracasso como está caminhando, falta a essas pessoas a vontade de ascenderem à santidade, serem dignos, probos... Estão me ouvindo pessoazinhas de Brasília? Acho bom!

As pessoas precisam acreditar que podem fazer algo e esse algo seria o ser bom, honesto consigo mesmo e com o próximo. Só que não, preferem lutar para derrubar o amigo, a irmã, o primo, a sogra, o sogro, o namorado e, enquanto isso, esquecem-se de que o tempo passou e ela, na vida, nada construíra. Triste realidade. Os habitantes brasileiros precisam buscar a paz, o amor ao próximo, independentemente da religião que escolheu, se é que escolheu. O amor ao próximo não precisa de religião, é intrínseco a cada um de nós. Todos, incondicionalmente, todos podemos amar o nosso irmão até mais do que a nós mesmos. Exemplo? Ei-lo: o perdão. Pesquisas apontam que os brasileiros são as pessoas que menos conseguem perdoar ao próximo. Pode isso? Num país onde se dizem católicos, em sua grande maioria, pode isso? Um país onde na sexta-feira da paixão quase fecha tudo em respeito ao senhor, pode isso? Não, isso não é ser cristão, isso não é ter compaixão, amor ou qualquer sentimento bom para com o outro.

O perdão é algo que deve ser analisado, sei disso, todavia, em uma sociedade que se diz tão “crente” no senhor, deveria ser a população que mais perdoa sobre a terra. Não poderia haver esse paradoxo entre pesquisas e a realidade. Então, somos convidados a pensar, você que está me lendo agora, já perdoou ao seu irmão, este que porventura está aí ao seu lado? Não? Então o faça antes que possa ser tarde demais. Esses dois santos que foram proclamados na data de hoje foram, sem dúvida, exemplos de perdão, caridade, esperança. Não quero vê-los ou tratá-los como santos, mas sim como homens de coragem, porque assim foram antes de se tornarem religiosos. Peguemos o exemplo do Papa João Paulo II este sim, este, soube perdoar, enquanto estava visitando em um determinado país quase foi morto por Mehmet Ali Agca, quem é este? O homem tentou lhe tirar a vida. Passado algum tempo, o próprio papa João Paulo II, pessoalmente, o perdoou pelo ato que cometera. Viram? Isso é ser santo, isso é ter amor ao próximo, no mais, o que vemos aqui, na grande maioria, são beatos e beatas de procissão que caminham pela cidade inteira, se preciso for, a pé, no entanto, acabou a procissão estão xingando, maltratando e fazendo da vida alheia um verdadeiro inferno, isso não é símbolo e exemplo de ser cristão.

Já o Papa João XXIII foi de uma santidade, em vida, única. Quando li sua biografia e assisti a seu filme uma passagem que mais me chamou a atenção foi quando ele disse que o ser humano se preocupa muito com as aparências e, em quase maioria das vezes, enganam-se. Na mosca, o santo papa tinha toda a razão, nessa sociedade esdrúxula em que vivemos as pessoas dão mais valor ao que a outra é por fora ou possui do que ela pode apresentar em seu interior, esses exemplos de santidade devem ser também seguidos por nós. Eles foram canonizados hoje, mas para mim, já eram santos há muito tempo. Volto a dizer que a melhor de todas as santidades, em vida, é a honestidade, o amor ao próximo, o perdão, e o resto, ah, o resto são Sepulcros Caiados, e com esses eu já estou até aqui!! Viva os novos santos e que nós também possamos caminhar de maneira parecida a ambos. E aí já se analisou hoje?

Rafael Vieira

Professor Rafael Vieira
Enviado por Professor Rafael Vieira em 30/04/2014
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