PROBLEMÁTICAS DO SEXO LIVRE

PROBLEMÁTICAS DO SEXO LIVRE

(Registrado)

HERIBALDO DE ASSIS *

Desde os primórdios da História várias civilizações apresentaram maneiras diferentes de lidarem com a sexualidade humana – esse modo de se lidar com a sexualidade humana não refletiu apenas os costumes de uma determinada época, mas também os aspectos culturais, religiosos e sociais de um determinado povo.

Por isso é que a sexualidade humana sofreu tantos tabus, preconceitos e perseguições ao longo da nossa conturbada história... O sexo (que foi criado para dar prazer ao ser humano e para libertar, momentaneamente, o espírito do corpo através do orgasmo) tornou-se um mero pretexto para condenar, segregar e punir todos aqueles que tentaram vivenciar a sua sexualidade de maneira plena e livre...

Muitas sociedades humanas tentaram apropriarem-se da sexualidade, tentando controlá-la como se a sexualidade fosse uma propriedade do Estado ou de uma determinada Religião e não um aspecto indiviual e intrínseco de cada ser humano – afinal, sexualidade é como uma impressão digital: cada um tem a sua.

Contudo, apesar dos constantes episódios históricos de repreesão, a sexualidade humana alcançou um certo grau de liberdade em determinadas sociedades da nossa História – dentre estas sociedades estão a grega, a romana, a nipônica e a indiana. Os romanos, por exemplo, promoviam bacanais nos quais havia sexo livre entre os nobres e os plebeus da antiga Roma – contudo, esses bacanais não passavam de deturpações da finalidade primordial do sexo: elevar o espírito humano.

O modo de se utilizar o sexo como forma de se elevar o espírito humano somente foi compreendido e bem aplicado na antiga sociedade indiana – uma sociedade indiana que promovia rituais místicos cujo ápice era o Sexo Sagrado (o sexo tântrico). Contudo, o modo de vida ocidentalizado acabou influenciado negativamente a milenar cultura oriental indiana – rituais de Sexo Tântrico são cada vez mais raros na Índia : justamente porque o alto nível espiritual necessário para se participar de um ritual de Sexo Tântrico é algo cada vez mais raro.

A Índia (Mãe espiritual da Humanidade) foi contaminada pela nefasta influência ocidental e também pelo machismo do patriacardo – um machismo que não respeita o sagrado feminino, um machismo que promove o estupro contra as indefesas mulheres indianas... Nunca antes na história humana a sexualidade esteve tão ameaçada – ameaçada pelo nocivo fundamentalismo religioso que promove apedrejamentos contra mulheres adulteras e prisões cujas justificativas é o puro preconceito sexual. A sexualidade humana também encontra-se ameaçada pelo mau uso que sempre se fez dela: doenças veneras (DSTs) tornaram-se ainda mais pergiosas e culminaram com o ameaçador surgimento da Aids.

E assim como a religião, a sexualidade humana tornou-se um mero instrumento a serviço do mercantilismo – o sexo tornou-se uma moeda de troca: o corpo humano (divina expressão cósmica) foi transformado em uma profana mercadoria.

Sexo Livre não pode ser sinônimo de irresponsabilidade - Sexo Livre requer maturidade, discernimento na escolha dos parceiros sexuais, respeito pelos outros e também amor-próprio... O prazer sexual não é um objetivo em si – mas um meio através do qual o ser humano pode trocar boas energias com outro ser humano, um meio através do qual o espírito humano pode ser elevado.

Pois a conexão sexual é a representação da conexão cósmica através da qual o ego é anulado e dois seres tornam-se apenas um e o todo ao mesmo tempo...

Escritor, Poeta, Filósofo, Compositor, Redator-publicitário , Roteirista e Licenciado em Letras pela Uesc - Universidade Estadual de Santa Cruz.E-mail: herisbahia@hotmail.com

Heribaldo de Assis
Enviado por Heribaldo de Assis em 21/04/2014
Reeditado em 01/05/2014
Código do texto: T4777185
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