RIBEIRINHOS E OS PROBLEMAS SOCIAIS URBANOS III
Depois que a cidade vira um caos urbano, elabora-se um Plano Diretor de Desenvolvimento Econômico para reorientá-la, porém, o mesmo fica engavetado. Basta perguntarmos sobre o que foi feito com o Plano Diretor de Rondonópolis. Pelo o que sabemos, o mesmo ficou pronto em 1995, mas a sua efetivação enquanto tal até hoje é algo que não existe.
Por seu turno, em Tangará da Serra, o Plano Diretor de Desenvolvimento Econômico ficou pronto em janeiro de 1997 e nada foi feito com ele, além, é claro de seu engavetamento. Aliás, eu particularmente fiz uma tese de mestrado denominada “Tangará da Serra: Nova Fronteira Agrícola e Sua Urbanização” onde abordo dos problemas urbanos da cidade e proponho algumas mudanças no redirecionamento do crescimento e desenvolvimento da cidade, mas não tive o merecido respaldo político-administrativo para poder implantá-las. Quer dizer, estudo sobre a realidade urbanística desta cidade existe, o que falta é vontade política por parte do poder público e menos ganância por parte da iniciativa privada e maior conscientização por parte da sociedade como um todo, para que a cidade tem mais urbanidade.
Diante desse quadro, não basta criar leis e mais leis, executá-las também é preciso, e como é!
Existem muitos problemas sócio-espaciais em Araguaína, Imperatriz, Carolina, Gurupi, Rondonópolis, Colinas do Tocantins e Tangará da Serra em decorrência do modo de produção capitalista, como também, pela falta de um acompanhamento mais assíduo por parte do poder público municipal e pela própria sociedade rondonopolitana e tangaraense.
Os ribeirinhos não vão construir suas residências nesses locais impróprios porque gostam, ao contrário, é a situação sócio-econômica que os obriga a fazer isso. Por isso mesmo, se houvesse uma ação conjunta envolvendo poder público e iniciativa privada, no sentido de resgatar a dignidade daqueles ribeirinhos e minorar os problemas ambientais, com certeza teríamos menos prejuízos econômicos e ambientais.
O apelo às autoridades competentes está feito. Acreditamos que contribuímos um pouco para que esse problema seja sanado de uma vez por todas. Rondonópolis Tangará da Serra, Gurupi, Colinas do Tocantins, Araguaína são cidades que merecem respeito, seus moradores também. O meio ambiente precisa ser preservado antes que seja tarde demais. Não queremos dizer que só existe esse problema ambiental nas cidades acima citadas, mas se o resolvêssemos, já seriam um bom começo para diminuir os outros também.
Aires José Pereira é graduado e Especialista em Geografia pela UFMT, Mestre em Planejamento Urbano pela FAU-UnB, Doutor em Geografia na UFU, prof. Adjunto da UFT e escritor com 12 livros publicados.